Anunciar Jesus com testemunho de vida: ser sal da terra e luz do mundo!
Na edição de março do Jornal Expressão comentamos sobre a importância de o leigo se reconhecer como corresponsável diante da missão da Igreja de levar a Boa Nova a todos os povos. Isso acontece mediante a compreensão de que todos os batizados formam a Igreja, logo, se a missão é da Igreja, esta missão é, portanto, de todos nós. É interessante darmos atenção ao lema deste ano nacional do laicato: “Sal da Terra e Luz do mundo” (Mt 5,13-14).
Sal e luz são elementos importantíssimos em nossa vida cotidiana. Enquanto o sal precisa sempre ser dosado na exata medida para que possa realçar o sabor dos alimentos, a luz existe para iluminar algo e nunca para ser ela mesma autorreferência. Exemplo claro disso é que o sal em pouca (ou nenhuma) quantidade deixa a comida insossa, sem sabor e, em quantidade muito elevada deixa a comida intragável. Por outro lado, o papel da luz em nossas vidas é o de clarear o que precisamos ver. Ninguém acende uma lâmpada e fica parado olhando para ela, pelo contrário, na maioria das vezes em que acendemos uma lâmpada (vela, lanterna, etc) olhamos adiante da luz a fim de ver o que ela clareia e torna visível.
Por que então Jesus compara os discípulos ao sal e à luz? Por que, leigos e leigas, são chamados, de maneira especial, a ser sal da terra e luz do mundo? Primeiramente porque todo leigo e leiga precisam estar presentes no mundo e anunciar Jesus na medida certa. Esta medida faz referência ao que o papa Bento XVI dizia e o Papa Francisco salientou em um discurso feito aos catequistas em 2013 em que afirmou que ‘a Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração’, ou seja, o anúncio a Jesus Cristo só acontece de maneira eficaz mediante o testemunho de vida de cada um. Ao falar isso, o Papa Francisco ainda recorda de uma frase utilizada por seu onomástico, Francisco de Assis, que diz: “pregai sempre o Evangelho e, se for necessário, também com as palavras”.
Isso tudo nos dá indicativos de que a medida certa, a dose exata de nosso anúncio, é nosso testemunho de vida capaz de despertar nos outros o desejo de seguir, verdadeiramente, o mesmo Cristo. Por outro lado, todo cristão, especialmente os leigos e leigas, precisam ser luz e, dessa forma, as atitudes, falas, pregações, devem sempre convergir para iluminar e mostrar algo, ou melhor, alguém: o próprio Jesus Cristo. Assim, o papel do leigo não é, de maneira alguma, propagar algo a fim de se mostrar, pelo contrário, deve ser a fim de mostrar o Reino apresentado por Jesus através da Encarnação. Neste caminho de evangelização, os leigos e leigas são protagonistas pelo fato de estarem mais ativamente no mundo, seja por meio da família, da política, do trabalho, da cultura e educação e de outros campos dos quais abordaremos melhor na próxima edição (maio 2018) do JE.
Mariane Almeida
Jornalista e Teóloga formada pela Faculdade Católica-SJC