Anunciados da Palavra, testemunhas da fé: brasileiras recebem ministérios das mãos do Papa Francisco
Duas brasileiras receberam, das mãos do Papa Francisco, os ministérios de leitora e catequista. A celebração foi realizada na manhã de domingo, 21 de janeiro, na Basílica de São Pedro. Além das fiéis leigas do Brasil, haviam leigos da Bolívia, da Coreia, do Chade, da Alemanha e das Antilhas.
Ilza Vidal de Pádua Costa, da paróquia São José, da diocese de Ji-Paraná (RO), recebeu o ministério de leitora. Na exortação que antecedeu a bênção papal, a recordação de que, como anunciadores da Palavra de Deus, os ministros leitores são chamados “a colaborar neste compromisso primário da Igreja” e, portanto, “investidos de um encargo particular, que os coloca ao serviço da fé, que tem sua raiz e seu fundamento na Palavra de Deus”.
“Anunciareis a Palavra de Deus na assembleia litúrgica; educarás as crianças e os adultos na fé e os guiarás para receber dignamente os Sacramentos; você levará o anúncio missionário do Evangelho da salvação aos homens que ainda não o conhecem”, motivou a exortação.
Das mãos do Papa, Ilza recebeu a Sagrada Escritura, para que “transmita fielmente a Palavra de Deus para que germine e frutifique no coração dos homens”.
Já Maria Erivan Ferreira da Silva, da paróquia São João Batista, em Horizonte, na arquidiocese de Fortaleza (CE), recebeu o ministério estável de catequista. A motivação com o ministério é “viver mais intensamente o espírito apostólico, seguindo o exemplo daqueles homens e mulheres que ajudaram Paulo e os outros apóstolos na difusão do Evangelho”.
“Testemunhas da fé, mestres e mistagogos, companheiros e pedagogos que instruem em nome da Igreja, sereis chamados a colaborar com os ministros ordenados nas diversas formas de apostolado, corresponsáveis pela missão confiada por Cristo à Igreja, sempre pronto para responder a qualquer um que questione a razão da esperança que está dentro de você”, dizia a exortação antes da bênção.
Maria Erivan recebeu das mãos do Papa Francisco a cruz, “sinal da nossa fé, cátedra da verdade e da caridade de Cristo”, e a exortação: “anuncie-O com vida, ações e palavras”.
Palavra de Deus
Celebrando em âmbito universal o Domingo da Palavra de Deus, o Papa Francisco refletiu em sua homilia sobre a força da Sagrada Escritura. Francisco salientou que a Palavra é uma força que atrai a Deus e envia aos outros. “A Palavra suscita a chamada de Jesus para, com Ele, nos fazermos ao largo ao encontro dos outros”, disse.
Nesse dinamismo, a Palavra “não nos deixa fechados em nós mesmos, mas alarga o coração, faz inverter o rumo, altera os nossos hábitos, abre novos cenários, desvenda inesperados horizontes”. Assim a Palavra de Deus operou na vida dos primeiros discípulos, que “acolhendo as palavras de Jesus, deixam as redes e embarcam numa maravilhosa aventura”.
A Palavra também suscita a missão: “faz-nos mensageiros e testemunhas de Deus num mundo cheio de palavras, mas sedento daquela Palavra com maiúscula que muitas vezes ignora”. O Papa recorda que a Igreja vive deste dinamismo: “é chamada por Cristo, atraída por Ele, e é enviada ao mundo para dar testemunho d’Ele”.
Francisco salientou ainda que “não podemos prescindir da Palavra de Deus, da sua força suave que – como num diálogo – toca o coração, imprime-se na alma, renova-a com a paz de Jesus, que nos desinquieta em prol dos outros”.
Seu desejo é que a celebração do Domingo da Palavra de Deus “nos ajude a regressar com alegria às nascentes da fé, que brota da escuta de Jesus, Verbo do Deus vivo”.
“Que, por entre as palavras que se dizem e leem continuamente sobre a Igreja, nos ajude a redescobrir a Palavra de vida que ressoa na Igreja! Caso contrário, acabamos por falar mais de nós que d’Ele; e muitas vezes, no centro, ficam os nossos pensamentos e os nossos problemas, em vez de Cristo com a sua Palavra”.
Voltar às nascentes para o Papa é oferecer ao mundo aquela água viva que ele não encontra; e, “enquanto a sociedade e as redes sociais acentuam a violência das palavras, concentremo-nos na mansidão da Palavra de Deus que salva, que é mansa, que não faz rumor, que penetra no coração”.
Ao final, o Papa interrogou sobre o lugar reservado para a Palavra de Deus na casa de cada um. “Se, para mim, Cristo é mais querido do que qualquer outra realidade, como posso deixá-lo em casa e não trazer comigo a sua Palavra?”.
Outro questionamento é se as pessoas já leram algum dos Evangelhos na íntegra. “O Evangelho é o livro da vida, é simples e breve, mas muitos crentes nunca leram um do começo ao fim”.
“Irmãos e irmãs, Deus – diz a Escritura – é «o próprio autor da beleza» (Sab 13, 3): deixemo-nos conquistar pela beleza que a Palavra de Deus traz à vida”, concluiu o Papa.
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