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Sociedade › 18/05/2018

Abuso sexual infantil: como identificar uma possível vítima?

Recordamos hoje, sexta-feira, 18, o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes ― data que foi oficialmente reconhecida por meio da Lei Federal nº. 9.970/2000.

Existe, antes de mais nada, uma diferença entre exploração sexual e abuso sexual: o primeiro envolve a prostituição de menores de idade, enquanto o segundo se refere ao contato sexual entre um adulto e uma criança ou adolescente.

Os prejuízos que ficam. Os prejuízos causados a um menor que é vítima de abuso sexual e não é tratado por especialistas é grande: transtorno de personalidade, ansiedade e depressão são apenas alguns dos principais danos gerados em um menor que é vítima deste tipo de agressão. Alguns sintomas surgem de forma súbita. A criança pode regredir em comportamentos e voltar a hábitos que destoam à sua idade.

Como identificar uma vítima de abuso sexual ou violência de qualquer natureza?

Os casos de denúncias de abuso sexual, infelizmente, aparecem em relatos de adultos que, muitas vezes, foram silenciados e nunca puderam expressar esse sofrimento. Dados do Ministério da Saúde revelam que o abuso sexual infantil ocupa o segundo lugar das violências sofridas por crianças com 0 a 9 anos, o que deve ser indicado como um fator de preocupação e esclarecimento, uma vez que, suas consequências para a vida adulta ou para a própria vida infantil são expressivas do ponto de vista físico e psíquico. A violência infantil de cunho sexual perde apenas para a violência relacionada ao abandono e a negligência.

O abusador, muitas vezes, pode estar no ambiente familiar, de relacionamentos da família ou realizado por pessoas de fora da família, e por vezes desconhecido que, usam dessa vítima fazendo ofertas (como objetos de interesse, jogos, brinquedos, comida) e, posteriormente, ameaças.

Etapas importantes no ciclo vital, a infância e adolescência são épocas onde a pessoa desenvolve e amplia suas capacidades e habilidades cognitivas, afetivas e físicas, bem como as habilidades sociais, que são diretamente afetados quando são vítimas da violência sexual infantil.

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Como identificar possíveis vítimas?

Uma dúvida que sempre surge entre as família é: como identificar uma vítima de abuso sexual ou violência de qualquer natureza? Não podemos nos esquecer de que, em muitas situações os abusos são seguidos por ameaças, ou seja, a vítima se sentirá desprotegida pelo seu responsável, e se cala frente a essa coação. Amplia, nessa vítima, o sentimento de culpa pelo que está sofrendo e a faz sentir desacreditada que aquilo possa mudar.

Algo bem importante, então, é observar o comportamento da criança ou adolescente, ou seja, como ela manifesta seus comportamentos diários e se há alguma mudança repentina daquilo que ele fazia ou se mostrava nos ambientes e nos relacionamentos com a família, amigos, escola e nos ambientes que frequenta.

É comum que apareçam sinais de sentimento de culpa, agressividade, de depressão, baixa autoestima, timidez, agressividade, medo, isolamento social, dificuldade para confiar nos outros, alteração do sono, dores, sexualidade exacerbada, dentre outros (Fuks, 1998). Estudos revelam uma lista de sintomas que podem surgir nas vitimas, reforçando que nem todos os sintomas aparecem juntos e podem aparecer em intensidade diferente. (adaptado de Caminha e Flores, 1994).

São eles:

Alterações comportamentais: Agressividade, fuga de casa, isolamento, mentiras, furtos, uso de drogas, prostituição, comportamento hipersexualizado, diminuição do interesse escolar, lazer ou brinquedos, pesadelos, rejeição a alguma pessoa da família ou daquele que possa ser o abusador (quando é frequente à família).

Alterações fisiológicas: Insônia, comportamentos regredidos quanto a enurese e encoprese (urinar ou evacuar na roupa ou dormindo), dores abdominais, batimentos cardíacos acelerados, ganho ou perda de peso, mãos suadas, tremores, febres.

Alterações emocionais: Tristeza, choro frequente, tentativas de suicídio, embotamento afetivo, medo, raiva, dentre outros.

Fique atento a esses sinais. Qualquer suspeita, denuncie, disque 100!

Lembre-se: esquecer é permitir, lembrar é combater!

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