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Palavra do Pastor › 02/09/2016

A Palavra de Deus

SETEMBRO, MÊS DA BÍBLIA

Todos os anos a Igreja do Brasil celebra, com alegria e grande fervor, no mês de setembro, a PALAVRA DE DEUS.

 Muitos são os documentos da Igreja que nos animam e orientam para a leitura, a vivência e o anúncio da Sagrada Escritura. Apresento dois documentos de importância fundamental para fazer crescer em cada um de nós o amor à Sagrada Escritura.

O Primeiro é o documento conciliar do Concílio Vaticano II “Dei Verbum”, a Palavra de Deus. Este documento foi assinado pelo Papa Paulo VI e os Padres Conciliares, em Roma, em 18 de novembro de 1965. Este documento norteou toda a renovação da vida da Igreja Católica, nos últimos decênios, em relação ao estudo, divulgação e vivência da Sagrada Escritura.

A partir da “Dei Verbum” assistimos a um enorme movimento de reencontro do Povo de Deus com a Sagrada Escritura, no seu estudo, no conhecimento das línguas bíblicas, nas centenas de novas traduções, nas milhares de publicações sobre o assunto, nas celebrações, as mais diversas, tendo a Palavra de Deus como centro. E como não lembrar de todo o movimento bíblico junto às mais diversas comunidades do Povo de Deus: as celebrações da Palavra, os cantos, a “lectio divina” das comunidades, as lutas do povo pelos seus direitos, alimentado pela santa Palavra de Deus.

Diz-nos a “Dei Verbum: “Deus dispôs amorosamente que permanecesse íntegro e fosse transmitido a todas as gerações tudo quanto tinha revelado para salvação de todos os povos”. Por isso, Cristo Senhor, em quem toda a revelação do Deus altíssimo se consuma (cfr. 2 Cor. 1,20; 3,16-4,6), mandou aos Apóstolos que pregassem a todos, como fonte de toda a verdade salutar e de toda a disciplina de costumes, o Evangelho prometido antes pelos profetas e por Ele cumprido e promulgado pessoalmente, comunicando-lhes assim os dons divinos. Isto foi realizado com fidelidade, tanto pelos Apóstolos que, na sua pregação oral, exemplos e instituições, transmitiram aquilo que tinham recebido dos lábios, trato e obras de Cristo, e o que tinham aprendido por inspiração do Espírito Santo, como por aqueles Apóstolos e varões apostólicos que, sob a inspiração do mesmo Espírito Santo, escreveram a mensagem da salvação. Porém, para que o Evangelho fosse perenemente conservado íntegro e vivo na Igreja, os Apóstolos deixaram os Bispos como seus sucessores, «entregando-lhes o seu próprio ofício de magistério». Portanto, esta sagrada Tradição e a Sagrada Escritura dos dois Testamentos são como um espelho no qual a Igreja peregrina na terra contempla a Deus, de quem tudo recebe, até ser conduzida a vê-lo face a face tal qual Ele é (cfr. 1 Jo. 3,2). As coisas reveladas por Deus, contidas e manifestadas na Sagrada Escritura, foram escritas por inspiração do Espírito Santo. Com efeito, a santa mãe Igreja, segundo a fé apostólica, considera como santos e canônicos os livros inteiros do Antigo e do Novo Testamento com todas as suas partes, porque, escritos por inspiração do Espírito Santo (cfr. Jo. 20,31; 2 Tim. 3,16; 2 Ped. 1, 19-21; 3, 15-16), têm Deus por autor, e como tais foram confiados à própria Igreja (1). Todavia, para escrever os livros sagrados, Deus escolheu e serviu-se de homens na posse das suas faculdades e capacidades, para que, agindo Ele neles e por eles, pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele queria. E assim, como tudo quanto afirmam os autores inspirados ou hagiógrafos [autor dos livros da Bílblia ou aquele conta a vida dos santos] deve ser tido como afirmado pelo Espírito Santo, por isso mesmo se deve acreditar que os livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro a verdade que Deus, para nossa salvação, quis que fosse consignada nas sagradas Letras. Por isso, «toda a Escritura é divinamente inspirada e útil para ensinar, para corrigir, para instruir na justiça: para que o homem de Deus seja perfeito, experimentado em todas as obras boas» (Tim. 3, 7-17 ).

A Igreja venerou sempre as divinas Escrituras como venera o próprio Corpo do Senhor, não deixando jamais, sobretudo na sagrada Liturgia, de tomar e distribuir aos fiéis o pão da vida, quer da mesa da palavra de Deus quer da do Corpo de Cristo. Sempre as considerou, e continua a considerar, juntamente com a sagrada Tradição, como regra suprema da sua fé; elas, com efeito, inspiradas como são por Deus, e exaradas por escrito de uma vez para sempre, continuam a dar-nos imutavelmente a palavra do próprio Deus, e fazem ouvir a voz do Espírito Santo através das palavras dos profetas e dos Apóstolos. É preciso, pois, que toda a pregação eclesiástica, assim como a própria religião cristã, seja alimentada e regida pela Sagrada Escritura. Com efeito, nos livros sagrados, o Pai que está nos céus vem amorosamente ao encontro de Seus filhos, a conversar com eles; e é tão grande a força e a virtude da palavra de Deus que se torna o apoio vigoroso da Igreja, solidez da fé para os filhos da Igreja, alimento da alma, fonte pura e perene de vida espiritual. Por isso se devem aplicar por excelência à Sagrada Escritura as palavras: «A palavra de Deus é viva e eficaz» (Hebr. 4,12), «capaz de edificar e dar a herança a todos os santificados», (At. 20,32; cfr. 1 Tess. 2,13).

 Outro documento importante que orienta a Igreja sobre a importância essencial da Sagrada Escritura, para a vida dos batizados(as) é o Catecismo da Igreja Católica, que ensina: “Deus é o autor da Sagrada Escritura. «A verdade divinamente revelada, que os livros da Sagrada Escritura contêm e apresentam, foi registrada neles sob a inspiração do Espírito Santo»… Deus inspirou os autores humanos dos livros sagrados. «Para escrever os livros sagrados, Deus escolheu e serviu-se de homens, na posse das suas faculdades e capacidades, para que, agindo Ele neles e por eles, pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele queria»… No entanto, a fé cristã não é uma «religião do Livro». O Cristianismo é a religião da «Palavra» de Deus, «não de uma palavra escrita e muda, mas do Verbo encarnado e vivo». Para que não sejam letra morta, é preciso que Cristo, Palavra eterna do Deus vivo, pelo Espírito Santo, nos abra o espírito à inteligência das Escrituras…”

         Assim, sejamos homens e mulheres da Palavra de Deus, para sermos pessoas de palavra viva, honesta e segura.1a_voz_pastor_site_tempocomum_NOVA

Dom José Valmor Cesar Teixeira, SDB
Bispo diocesano de São José dos Campos

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