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“A misericórdia de Cristo, e não a religião, salva o ser humano do pecado”

Rádio Vaticano

Prosseguem em Ariccia, nas proximidades de Roma, os Exercícios Espirituais da Quaresma para o Papa e a Cúria Romana que este ano tem como tema “A purificação do coração”.

Na tarde de terça-feira e na manhã desta quarta, o pregador Pe. Angelo De Donatis levou o Papa e a Cúria Romana a refletirem sobre a força da misericórdia de Cristo que salva de todo pecado o ser humano que busca a Deus, e sobre a diferença entre a linguagem que comunica a sabedoria de Deus e a linguagem que se detém na sabedoria do mundo.

“Jesus era um ótimo comunicador não porque usava palavras que queriam persuadir a todo custo, mas porque transmitia a sabedoria de Deus, única capaz de chegar ao fundo dos corações”, frisou o sacerdote.

Na reflexão desta manha, Pe. Donatis propôs ao Papa e seus colaboradores uma reflexão sobre a linguagem e suas armadilhas. “O homem de hoje está ainda à procura da linguagem justa, a de Cristo, que não é a linguagem da força e do poder, mas a linguagem da fraqueza, que todos entendem, sobretudo, os que sofrem. Uma linguagem de caridade com a qual Jesus comunica ao homem a grandeza de Deus e permite ao ser humano testemunhar Cristo”, disse ainda o pregador.

O amor entendido como misericórdia foi a chave de leitura da reflexão de Pe. Donatis na tarde desta terça-feira, inspirada na passagem do Evangelho de São Marcos em que a mulher que sofria de hemorragia fica curada somente por ter tocado o manto de Jesus, gesto em que ela colocou todas as suas esperanças.

“Considerada impura por sua religião a mulher vence o mal porque acreditou plenamente em Jesus. Hoje, isso também acontece quando a religião não ajuda a se salvar o ser humano que está morrendo por um pecado. Quem salva é Cristo, é a sua misericórdia, e ter fé significa ter um contato vivo com Ele. Constroem-se andaimes enormes para se chegar a Cristo, mas não se consegue alcançá-lo, talvez porque se seguem as coisas do mundo e se pensa pouco no sentido do Batismo, ou seja, no momento em que a Igreja nos acolheu quando estávamos mortos e nos restituiu vivos graças ao sangue de Jesus”, frisou o pregador.

“Nós não fazemos nada para nos salvar. Deus faz tudo. Por isso, devemos agradecê-lo e nos lembrar de caminhar não diante de Cristo, mas com Ele”, concluiu Pe. Donatis.

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