A fé e o risco do absurdo
* Padre Edinei Evaldo Batista | Coordenador Diocesano de Pastoral – Diretor do Jornal Expressão
Entre as tantas novidades que a atualidade apresenta, – umas que nos maravilham e outras que nos confundem e questionam –, no campo religioso encontramos tendências que trazem mais prejuízo que benefício à prática evangelizadora, além de ferir a comunhão e aproximar a fé do absurdo, em nada contribuindo para o anúncio do Evangelho que é libertador e gerador de vida e comunhão entre as pessoas. A supervalorização do extraordinário e o resgate de práticas e costumes do passado são exemplos dessas tendências, sentidas tanto no âmbito das comunidades cristãs não católicas, quanto no seio do catolicismo.
A supervalorização do extraordinário faz com que a vivência da fé se torne uma busca incontrolável de soluções rápidas e definitivas para todo tipo de problema. Grande número de pessoas acorre a certos lugares e celebrações por causa do “fora do comum” que apresentam como atrativo. Exemplos disso são: Promessas de curas, de emprego, de realização amorosa e de sucesso nos negócios, que enchem os olhos de uma multidão faminta de milagres; imagens ou objetos com características incomuns, que atraem multidões em busca de benefícios materiais; mensagens acerca do fim do mundo que, embora desconexas com a Sagrada Escritura e a doutrina da Igreja, enchem páginas de livros e revistas, que são comprados como água no deserto. Entretanto, tudo o que Jesus Cristo quis foi ter pessoas que acreditassem no seu projeto de amor e o assumissem, mudando seu jeito de ser e agir, para torná-lo fonte de vida e apoio para os outros. Da vida do Filho de Deus feito homem fez parte também o sofrimento, para ensinar a todos que ele não é inútil, mas pode servir como instrumento da manifestação da sabedoria divina.
Já o resgate de práticas e costumes do passado é um recurso que dá segurança às pessoas diante das incertezas que a mudança de época traz. Devoções que são mais superstições do que vivência do Evangelho, cujos autores nunca se mostram; posturas que são invenções humanas e até contestam as orientações da Igreja e uma ânsia por trazer de volta o que já foi descartado porque era secundário, ilustram a segunda tendência.
Essas tendências e seus desdobramentos levam as pessoas a se preocuparem com o que é secundário e as tornam críticas, quando não, agressivas, ao caminhar religioso que deveria se voltar cada vez mais para o que é essencial. Dificilmente ajudam à missão da Igreja, pois não se baseiam no princípio fundamental do Evangelho – o amor –, mas no personalismo de quem se acha dono da verdade e não seguidor e servidor dela.
A simplicidade e a beleza da fé cristã se caracterizam como seguimento de Jesus Cristo e se desdobram em anúncio por meio do testemunho de vida. Seu fruto primeiro é a alegria e sua consequência imediata é a atração de outros que querem fazer a mesma experiência. É nisto que consiste a verdadeira missão cristã e é disso que os membros da Igreja devem se ocupar com dedicação.
Achei bastante oportuno e iluminador o artigo.É preciso chamar a atencção para este modismo e mercado religioso onde se negocia de tudo com Deus. Na outra vertente, os que preferem refugiar se nas coisas passadas, que não conseguem mais expressar o rosto de Deus à realidade. Muito bom. Continue.
Achei muito bom o artigo. Esclarecedor, no momento em que vivemos uma religiosidade difusa e bastante confusa onde muitos se julgam donos da verdade, e negando algumas orientações da Igreja, tentam desviar a atenção das pessoas para um passado que não permite assumir as consequencias da propria realidade. Iluminador, continue. Luizao
Valeu Pe Ednei, Deus abençoe muito pela sua colocação. Por este artigo notamos como as pessoas não querem compromisso com Jesus e seu Reino, não fizeram a experiência do ressuscitado. Ele está Vivo.Quer sua resposta hoje. Agora. Feliz Natal.
Parabéns PE Ednei. é Lindo seu artigo. Através dele podemos notar o quanto faltam pessoas para aderir a pessoa de Cristo e seu Reino. Valeu, Deus abençoe muito.