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Artigos › 19/11/2015

A arte da convivência familiar!

Pe. Rinaldo Roberto de Rezende | Pároco da Catedral de São Dimas

Embora pensada por Deus como um projeto magnífico a convivência familiar, sobretudo em nossos dias, encontra-se  marcada por grandes obstáculos para acontecer de maneira efetiva e produzir na vida das pessoas a realização desejada.

Os motivos porque é assim são vários. Porém, muito mais do que tentar explicar a complexidade dos fatos – o que não é fácil e nem benéfico -, parece que apontar caminhos seja a atitude mais sensata.

Não precisamos de meros indicadores dos problemas e de suas causas, mas sim de profetas que apontem direções pelas quais se pode superar o que parece ser o fim, mas, na verdade, é apenas desafio.

Inspirado em algumas leituras e meditações feitas no dia a dia, passando por diversas comunidades, resolvi colocar em síntese algumas ideias, que vejo como importantes como reflexão para o enriquecimento da vida conjugal e familiar.

Em primeiro lugar, é importante ter consciência de que o casamento é o encontro de duas pessoas que são diferentes, que se amam porque diferentes, que permanecerão diferentes. Um se abre ao outro com suas diferenças, para enriquecer a vida e a história do outro. Tem gente que passa a vida inteira querendo que o seu cônjuge seja como ele (a).

Amar o outro significa sustentar o bem que há nele e viver, muitas vezes, o sacrifício de aceitá-lo como ele é. Amar torna possível viver como que uma estima prévia pelo outro, que nos faz aceitar seus limites e fraquezas.

Nesta convivência existem alguns pormenores que fazem a diferença. Existe um sinal inconfundível entre os que se amam de verdade, e é a dedicação de um ao outro.  Alguém único e irrepetível foi confiado a mim. A esta pessoa devo dedicar minha vida, meus esforços, meu ser.

Partilharemos um destino em comum, formaremos família, um tem que produzir vida no outro para que a plenitude da vida aconteça em seu lar.

Têm atitudes que se tornam como que combustíveis do amor, alimentam e fazem crescer o amor. Estas se traduzem nas palavras afetos e delicadezas. Um carinho a mais, uma atenção maior em determinados momentos, um gesto de delicadeza. Tudo isto conta e muito! A displicência, a falta de atenção, não podem se fazer presentes na vida de um casal. O cuidado para com o outro é fundamental. O outro precisa ser amado e o amor é muito concreto, muito palpável.

Já o inimigo principal do amor é o egoísmo. Uma pessoa centrada em si, individualista, que só pensa nos seus afazeres e satisfações, impossibilita a felicidade dos outros e, por tabela, se torna infeliz. Nossa vida é um chamado à comunhão e não ao isolamento. Fazer os outros felizes é dever de todos.

Outras duas palavras que não poderão faltar na arte de amar: paciência e perdão! A convivência humana exige isto. Temos que carregar no bolso essas palavras mágicas que transformam situações, corações e vidas!

Nós somos mistério para nós mesmos, como conhecer o outro sem restrições?

Surpreendemo-nos com nossos pensamentos e ações. Todos estamos em busca de um equilíbrio perfeito. Mas, isto não quer dizer que as imperfeições estejam superadas.

A paciência é sinal de força e poder. Esperar contra toda esperança é sinal de sabedoria. Por outro lado, ser misericordioso é carregar em si o distintivo do discípulo de Cristo. Não perdoar é, como dizem por aí, “beber veneno achando que o outro é que vai morrer”!

Como bem diz uma canção: “O lar é um lugar de viver e dialogar”. Não tenho dúvida de que o casal é o lugar do Amor no mundo, e se é o lugar do Amor, é o lugar de Deus! Precisamos honrar isto na prática de nossa vida, para a transformação de nossa história. Queridos casais, queridas famílias, estas palavras nascem de um coração que tem aprendido muito com tantos casais e famílias no atendimento e orientação. Desejo muito que o amor seja visto em cada lar! Que cada casa busque vivenciar o amor doação que nos torna mais gente, mais humanos, quase divinos!

 

5 Comentários para “A arte da convivência familiar!”

  1. liliana disse:

    maravilhoso

    Maravilhoso esse parecer Pe. Rinaldo, mas e quando o amor é mais arte do que amor, quando o amor nunca existiu só existiram momentos e a arte do amor virou artes da vida, falar de amor é mais profundo do que o mundo é sentir-se o outro é ter a alma leve vendo o outro feliz é dar asas de felicidades para o outro voar e este saber retornar e a cada volta saber amar, amar, e amar, é ser uma só vida vivida à dois.
    A vida é bela, o amor é duplicidade, que Deus possa nos ajudar, se a família fosse mais unida não precisaria de tantas cadeias, que a Sagrada família seja nossa força.

  2. ana Cláudia Roda disse:

    Espero de coração que Deus continue abençoando sua vida com essa sabedoria delicada e tão marcante, que faz com que nós saíamos mais maduros depois de ler e ouvir seus conselhos. Espero que Deus coloque mais padres como o senhor no meio do povo. Te adimiro muito e te amo de montão.

  3. Sarah disse:

    Precisamos ler e ouvir palavras de amor e de reflexão para que possamos examinar nossas atitudes do dia a dia.
    Obrigada Pe Rinaldo. Suas palavras são bem colocadas.

  4. Antonio Bombonato disse:

    Pe Rinaldo tem um maneira toda especial e falar e se deixar entender, percebe as coisas de Deus como alguem que as vive realmente as vive e não simplesmente le algo e quer escrever sobre aquilo. Sou grato a Deus por te-lo colocado em meu caminho e me atrevo hoje a chama-lo de amigo, e sem ele saber ja ate me salvou a vida.

  5. Alessandra Furtado Machado disse:

    Querido Pe Rinaldo sua sabedoria é divina , fortalece todas as famílias e nos mostra um caminho a seguir de forma plena,tranquila e com muito amor. Agradeço imensamente a Deus que o colocou em nossas vidas.

    Muito obrigada!

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