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Dom Paulo Jackson toma posse como arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife

O segundo vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, tomou posse como o nono arcebispo da arquidiocese de Olinda e Recife (PE), durante celebração solene na tarde deste domingo, 13 de agosto. Milhares de pessoas participaram da cerimônia, entre fiéis, religiosos, bispos, presbíteros, diáconos e seminaristas. Os demais membros da Presidência da CNBB estiveram presentes: dom Jaime Spengler, dom João Justino de Medeiros Silva e dom Ricardo Hoepers.

O arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, saudou o arcebispo emérito de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, garantindo a proximidade do episcopado a ele. Dirigindo-se a dom Paulo Jackson, dom Jaime recordou o Evangelho do 19º Domingo do Tempo Comum.

“O Evangelho de hoje nos dizia ‘não tenhas medo’. Coragem, meu irmão! Quando nós gostamos do que somos e amamos o que fazemos, não temos medo. Em nome da Conferência, Deus te ilumine e te conserve na paz e com saúde”, expressou.

O arcebispo emérito, dom Saburido, disse que a acolhida ao novo arcebispo foi motivo de alegria na arquidiocese. Ele recordou a história da Igreja Particular, marcada por alegrias e sofrimentos, pelo profetismo e comprometimento pastoral. “Você, caríssimo dom Paulo, será nosso nono arcebispo e terá a nobre missão de dar continuidade a esta longa história”.

“A chegada de um novo pastor, como tudo que é novo, sempre traz expectativas e esperanças, mas o fato de ter dirigido uma diocese sufragânea de Olinda e Recife e presidido, nos últimos quatro anos, o nosso Regional Nordeste 2, tornou-o mais próximo e familiar. Posso lhe garantir que toda a Igreja de Olinda e Recife muito se alegra com sua chegada e todos estão prontos para a missão, de mãos dadas com o novo pastor”, afirmou.

Pensar na nossa missão

Em sua homilia, dom Paulo refletiu sobre a Liturgia do dia e sobre o contexto eclesial. “A sensação da Liturgia da Palavra de hoje é que tudo está meio revirado. Temos algumas respostas, mas mudaram as perguntas. A única certeza, talvez, é que o velho paradigma da evangelização parece não funcionar plenamente”, observou, destacando o convite das leituras a “pensar na nossa missão”.

Dom Paulo destacou do Evangelho que os apostolos precisam refazer a experiência do encontro com Cristo e perceber a possibilidade de novos paradigmas, “conhecer melhor o jeito de Jesus ser”.

Lembrando do barco diante do mar agitado, o arcebispo ressaltou: “Quando a Igreja não consegue perceber a presença do ressuscitado, não amadurece na fé, tem medo, enferruja, esclerosa. O relato evangélico de hoje é um convite a nos abandonarmos em Deus com confiança, sobretudo nos momentos de provação. Quando sentimos forte a dúvida do medo, não devemos nos envergonhar de gritar como Pedro ‘Senhor, salva-me’”.

Dom Paulo também reiterou sua comunhão com o Papa Francisco e revelou o itinerário de seu pastoreio:

“Amo o Papa Francisco e creio que [o Documento de] Aparecida e Evangelii Gaudium devem ser uma disciplina obrigatória e prioritária em todo curso de Teologia, sobretudo os que formam os pastores do Povo de Deus. Esse é o itinerário para a formação dos futuros presbíteros e diáconos que devem servir nessa querida e amada arquidiocese, fundamentado no discipulado e na configuração ao Cristo, mestre, sacerdote e bom pastor. Esse itinerário é também a bússola que deve guiar a ação missionária de todos os que atuam entre nós. Desejo dedicar-me para que a arquidiocese de Olinda e Recife seja cada vez mais querigmática, orante, samaritana, pobre, servidora, acolhedora e missionária. Que sejamos uma Igreja de muitas comunidades eclesiais missionárias, de encontro de irmãos, de grupos de leitura orante da Palavra de Deus, de catequese inspirada num processo catecumenal, em vista da iniciação à Vida Cristã para que a Boa-Notícia do Reino chegue a cada recanto”.

Ao abordar os desafios da sociedade, dom Paulo destacou o diálogo:

“Em clima de subsiariedade, a Igreja dialoga, a Igreja cobra, mas também a Igreja quer colaborar com os poderes públicos para encontrarmos juntos as adequadas e razoáveis soluções”.

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