Ecos de uma Jornada Mundial da Juventude vibrante
“Sejam estes dias ecos vibrantes do chamado amoroso de Deus, porque somos preciosos a seus olhos”. Sejam dias em que o seu nome, através de irmãos e irmãs de muitas línguas e nações que o pronunciam com amizade, ressoe como uma notícia única na história, “porque único é o pulsar do coração de Deus por você”.
Dessa maneira o Papa Francisco, no primeiro encontro com os jovens, na cerimônia de acolhida da JMJ na tarde de quinta-feira no Parque Eduardo VII – batizado como a “Colina do encontro” -, deu tom de como seriam os dias seguintes da JMJ de Lisboa.
O encontro de Lisboa, que terminou neste domingo, foi o ápice de uma longa preparação de anos que envolveu toda a Igreja portuguesa, suas autoridades civis e Dicastérios do Vaticano, em primeira linha o Dicastério para os Leigos, Família e Vida, responsável pelas JMJs.
Pudemos sentir e viver nestes dias em Lisboa, com os mais de 500 mil jovens provenientes de todas as partes do mundo que somos todos chamados pelo Senhor, chamados porque amados. No oceano de jovens que invadiu a capital portuguesa, o convite de Francisco a essa multidão era para que “nos chamemos pelo nome e lembremos uns aos outros a beleza de ser amados e preciosos, conscientes de que Deus nos ama como somos, com nossas fraquezas e nossos limites, e de que a Igreja nos acolhe a todos, todos. Esse todos, todos, ressoou nos ouvidos e no coração dos jovens e da Igreja.
Nestes dias em Lisboa pudemos sentir a dimensão festiva das JMJs, a dimensão do encontro, mas também a dimensão da oração com muitos momentos de reflexão e de encontro pessoal.
A Via Sacra na “Colina do encontro” foi um desse momentos, junto com as catequeses – onde os jovens, num silencio que gritou ao mundo a força da fé. Neste caminho, aos olhos de Deus, remarcou o Santo Padre em tantos momentos, somos filhos preciosos de Deus que cada dia nos chama para abraçar e nos encorajar.
Cada um de nós é uma obra-prima única e original, cuja beleza mal conseguimos vislumbrar, disse Francisco olhando nos olhos e nos corações de uma juventude inquieta, que sacudiu Lisboa e Portugal, e porque não dizer, toda a Igreja.
Mas Francisco também exortou os jovens para que estejam atentos a esse mundo que os rodeia, pois muitos lobos se escondem por trás de sorrisos de falsa bondade, dizendo que conhecem quem eles são, mas sem os querer bem, prometendo que eles serão alguém, para depois os deixarem sozinhos, quando já não são mais úteis. Ilusões de uma realidade atual que encontramos no mundo virtual e ao qual os jovens devem estar atentos para não se deixarem enganar, porque – disse o Papa -, muitas realidades que nos atraem e prometem felicidade mostram-se depois pelo que são: “coisas vãs, supérfluas, substitutos que deixam o vazio interior. Jesus, não! Ele tem confiança em você, para Ele você é importante”.
O jovem é importante e pode ser o protagonista da paz. Por isso Francisco foi até ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima na manhã de sábado onde, diante da Capelinha das Aparições rezou o Terço com os jovens doentes e encarcerados no âmbito da Jornada Mundial da Juventude. Um momento de silêncio durante o qual Francisco rezou pela paz.
Francisco recordou que a pequena capela das Aparições é uma bela imagem da Igreja: acolhedora e sem portas… espaço para todos. O Papa então retomou o tema da JMJ: “Maria se levantou e foi apressada”. Nossa Senhora “é a Senhora da pressa”, porque com a pressa ela responde imediatamente às orações. “Ela se apressa para estar perto”, e “sempre nos aponta para Jesus”.
No quarto mistério gozoso a intenção pela Paz. “Rezemos pela paz, para que a Virgem Santa Maria, que em Fátima pediu ‘quero que rezem o terço para alcançarem a paz’, apresente as nossas orações ao Senhor e seja concedido ao mundo um duradouro tempo de paz”.
Depois a noite do sábado da Vigilia, a grande festa dos jovens com o Papa no Campo da Graça, no Parque Tejo em Lisboa, um momento forte de oração, vivido também através da arte, com luzes, cores, cantos, coreografias, testemunhos e Adoração Eucarística.
Francisco falando do tema da JMJ refletiu sobre três palavras: encontrar, levantar e partir. Ao ressaltar que Maria partiu apressadamente, lembrou que ela realiza um gesto não solicitado e sem ser obrigada. Partiu simplesmente porque ama e “quem ama voa, corre feliz”. E o Papa deixou aos jovens a ideia do caminhar, e, se caírem, levantar-se. Caminhar com uma meta. Treinar todos os dias na vida. Na vida, nada é gratuito. Tudo se paga. Só há uma coisa gratuita: o amor de Jesus”.
Enfim a Missa do domingo, a Missa do Envio durante a qual pediu aos jovens que não tenham medo, vão e levem a todos o sorriso luminoso de Deus, sejam testemunhas da alegria, da fé, da esperança que aquece o coração, o amor que colocam em tudo.
Enfim o anúncio da próxima JMJ, Seul, Coréia do Sul, em 2027, com a etapa do jubileu dos jovens em 2025, em Roma.
Os jovens do mundo inteiro já iniciaram o caminho em direção a Seul, com uma parada em Roma. É a JMJ que volta ao continente asiático. Cabe agora à Igreja e aos jovens da Coréia do Sul o longo e difícil trabalho de organização da próxima Jornada. Também ali o sorriso e a alegria dos jovens serão tão contagiantes como foi em Lisboa 2023. Mas essa será uma nova aventura para a “juventude do Papa”.
Com informações do Vatican News