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Notícias da Diocese › 09/05/2023

Missa em Ação de Graças pelo 42º Aniversário da Diocese e pela Venerabilidade de Franz de Castro

No dia 1º de maio, na Igreja Matriz da cidade de São José dos Campos, aconteceu a missa em ação de graças pelo 42º aniversário de instalação de nossa Igreja particular e também pela Venerabilidade de Franz de Castro.

Um momento de comunhão, em nossa Diocese, que reuniu os padres, seminaristas, diáconos, candidatos ao diaconado, religiosos e religiosas, leigos e leigas das mais diversas pastorais, movimentos, grupos e organismos.

Todos reunidos ao redor do altar para celebrar a santidade, com disse Dom Cesar: “Hoje é o dia da santidade em nossa Diocese, celebramos com toda a Igreja a solenidade de São José Operário, celebramos como Diocese a nossa fundação, o início do trabalho pastoral, com o primeiro bispo ordenado e empossado, e celebramos com muita alegria a presença entre nós de Franz de Castro, agora VENERÁVEL”.

A liturgia foi preparada pelos seminaristas da etapa da Configuração a Cristo (Teologia), que trouxeram para celebração o enfoque necessário e importante para a figura de Franz de Castro. Ao final da Missa, com uma singela procissão, a foto que estava exposta no presbitério foi levado e colocada acima do túmulo onde estão os restos mortais do Venerável, ao fundo da Igreja,. Dom Cesar incensou o túmulo e em seguida todos rezaram a oração pela beatificação de Franz.

Os fiéis que participaram desta celebração receberam, logo na entrada, um santinho com a oração pela causa de beatificação e, ao final, foi entregue aos presentes um folder com a linha do tempo da trajetória de Franz de Castro enquanto esteve em nosso meio.

Ao final da celebração, o bispo diocesano exortou: “Vamos todos ser responsáveis, por esse caminho que começa hoje: de promover a venerabilidade, depois a beatificação e se Deus quiser a canonização de Franz de Castro”.

VENERABILIDADE DE FRANZ DE CASTRO

No dia 17 de dezembro de 2022, o Papa Francisco assinou um decreto aceitando e confirmando os votos do Dicastério para as Causas dos Santos, e declarou: Constam a oferta da vida até a morte por motivo da Caridade, assim como as Virtudes cristãs exercidas pelo menos em grau ordinário, pelo Servo de Deus Francisco De Castro Holzwarth, Fiel Leigo, no caso e para os fins em questão. Com isso o Servo de Deus Franz de Castro, agora é classificado com o Venerável. Confira abaixo o decreto na íntegra, traduzido do latim.

DECRETO SOBRE A OFERTA DA VIDA

«Ninguém tem maior amor do que este: dar a sua vida pelos seus amigos»
(Jo 15,13)

Durante o estudo da causa de beatificação e canonização do Servo de Deus Franz de Castro Holzwarth, tornou-se cada vez mais claro que ele perseverou virtuosamente até a morte na oferta voluntária e livre de sua vida em nome da caridade. À luz do Motu proprio do Santo Padre Francisco Maiorem hac dilectionem de 11 de julho de 2017, decidiu-se, portanto, encontrar em sua história os elementos peculiares da oferta da vida.

Franz de Castro Holzwarth nasceu em 18 de maio de 1942 em Barra do Piraí, no estado do Rio de Janeiro. Após concluir os estudos universitários de direito e obter o título de advogado, inscreveu-se na Ordem dos Advogados do Brasil e passou a exercer a advocacia em Jacareí, no Estado de São Paulo, em 1968. Alguns anos depois, superada a recusa e o medo que sentia em relação ao ambiente carcerário, começou a colaborar com a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados, fundada por Mario Ottoboni em São José do Campos, para recuperação e reintegração de presos. Ele entendeu que essa era sua vocação de leigo. Em 1975 ingressou formalmente na Associação, dedicando todo o seu tempo livre ao apostolado na prisão e preparando os presos para receberem o sacramento da Confirmação. Com profunda simplicidade, humildade e prudência, ouvia os presos e as suas histórias, rezava com eles e testemunhava-lhes a sua fé, numa relação crescente de confiança recíproca. Em nome da esperança cristã, ele estava firmemente convencido da possibilidade de sua reabilitação pessoal, social e religiosa. Ficou claro que o Servo de Deus não só fez suas as finalidades de caridade e promoção humana da Associação, mas, no papel de evangelizador, dava um cunho espiritual particular ao trabalho que realizava com os presos. Começou a exercer essa atividade apostólica, além de São José do Campos, também no presídio de Jacareí, pertencente à mesma circunscrição eclesiástica, onde a Associação ainda não estava presente. Ao optar por desenvolver o seu apostolado num ambiente notoriamente violento e turbulento como a prisão, o Servo de Deus aceitou expor-se a uma situação de habitual risco.

Em 14 de fevereiro de 1981, eclodiu no presídio de Jacareí uma revolta de doze presos que, exigindo meios e garantia de fuga, mantiveram com eles alguns reféns. Intervindo a Polícia Militar no local, foi pedido ao Servo de Deus e a Mario Ottoboni para assumirem um papel de mediação. Um primeiro grupo de reféns foi libertado. Vendo, porém, que a situação tinha chegado a um impasse e, de fato haviam certos atos de intimidação, de ambos os lados, e o clima se tornava cada vez mais tenso, Franz de Castro Holzwarth, para sair do impasse que se instalara e evitar desfechos piores para todos, deu um passo a mais na proposta, sem que ninguém lhe sugerisse ou impusesse, que ele mesmo assumisse o lugar de um dos reféns, um agente da Polícia Militar. Ele tinha plena consciência do risco que corria, ainda mais sabendo que, uma vez libertado o companheiro refém, nada poderia razoavelmente impedir a polícia de atirar nos presos rebeldes. E assim, uma vez que só o Servo de Deus ficou com os revoltosos, os soldados começaram a atirar e ele, junto com vários detentos, foi atingido por mais de vinte tiros e foi morto.

Em Franz de Castro Holzwarth, a oferta gratuita e voluntária da vida é o ápice de um autêntico exercício das virtudes cristãs. Com efeito, era um jovem leigo, capaz de testemunhar a sua fé sem vergonha nem hipocrisia. A caridade, em particular, era a alma de seu generoso serviço aos detentos. Seu amor por seus irmãos era concreto. Sua morte, que ocorreu no contexto de uma conclusão nefasta moralmente certa, foi considerada uma verdadeira e própria doação da vida por amor ao próximo. Em torno dele, portanto, desenvolveu-se constantemente tal fama de santidade que levou à abertura da sua causa de beatificação e canonização.

O inquérito diocesano decorreu na Cúria Eclesiástica de São José do Campos de 6 de março de 2009 a 22 de dezembro de 2010. A Congregação para as Causas dos Santos emitiu o Decreto de validade jurídica em 18 de maio de 2011. A Positio sobre a oferta da vida foi submetida ao exame dos Consultores Teológicos, que em 9 de março de 2021 se pronunciaram favoravelmente. Os Padres Cardeais e Bispos, reunidos em Sessão Ordinária em 11 de outubro de 2022, reconheceram a existência de todos os critérios, estabelecidos para comprovar o oferecimento de vida de Franz de Castro Holzwarth.

O abaixo-assinado Cardeal Prefeito relatou todas essas coisas ao Sumo Pontífice Francisco. Sua Santidade, aceitando e confirmando os votos do Dicastério para as Causas dos Santos, declarou hoje: Constam a oferta da vida até a morte por motivo da Caridade, assim como as Virtudes cristãs exercidas pelo menos em grau ordinário, pelo Servo de Deus Francisco De Castro Holzwarth, Fiel Leigo, no caso e para os fins em questão.

O Sumo Pontífice ordenou então que este decreto seja publicado e inserido nos atos do Dicastério para as Causas dos Santos.

Dado em Roma, no dia 17 de dezembro do ano de Nosso Senhor de 2022.

Cardeal Marcello Semeraro

Prefeito

 Fabio Fabene

Arcebispo titular di Montefiascone

Secretário

 

42º ANIVERSÁRIO DE INSTALAÇÃO DA DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Há 42 anos a pequena-grande história da Diocese de São José dos Campos vem sendo escrita por muitas mãos.

À luz das palavras de Jesus: “Pelos frutos se conhece a árvore” (Mt 7,17-20) podemos ler essa narrativa viva, caracterizada por grandes conquistas e progressos, como abençoada e fecunda, profundamente marcada pelas maravilhas de Deus.

Desde essas marcas contemplemos nossa Igreja particular como vinha fecunda e bem cuidada, cujos frutos a fazem conhecida como diocese viva, dinâmica e promissora de outros preciosos dons para a própria Igreja e para o mundo.

DESCRIÇÃO

A Diocese de São José dos Campos, situada no Vale do Paraíba, entre dois importantes Estados do país, está distribuída em uma área de 3.181 km2 e conta atualmente com uma população de mais de 1 milhão de habitantes. Trata-se de uma Diocese formada por um povo muito religioso, que valoriza a religiosidade popular e conserva marcas de tradição, sobretudo mineira.

OS INÍCIOS DE NOSSA HISTÓRIA

A Diocese de São José dos Campos, composta pelos municípios de São José dos Campos, Jacareí, Santa Branca, Igaratá, Paraibuna e Monteiro Lobato, foi criada em 31 de janeiro de 1981, pelo Papa João Paulo II, com a Bula Qui in beati Petri, em atenção ao pedido feito pelo então bispo de Taubaté D. José Antonio do Couto, scj.

Foi desmembrada da Diocese de Taubaté (São José dos Campos, Jacareí, Santa Branca, Paraibuna e Monteiro Lobato) e Mogi das Cruzes (Igaratá).

À época de sua criação tinha uma população de quase 300 mil habitantes. Contava com 21 paróquias, 16 padres diocesanos e 9 padres religiosos, 7 diáconos permanentes, 194 religiosas, de 8 congregações, e 37 seminaristas.

Até 1908, as cidades que hoje compõem a Diocese de São José dos Campos estavam sob a jurisdição eclesial da Arquidiocese de São Paulo. Deste modo, as paróquias mais antigas foram criadas por esta arquidiocese. Depois dessa data passaram a pertencer à Diocese de Taubaté, exceto Igaratá, que pertencia à Diocese de Mogi das Cruzes.

Teve como primeiro bispo Dom Eusébio Oscar Scheid, SCJ, ordenado na mesma celebração de instalação da Diocese, que ocorreu no dia 01 de maio de 1981, no Ginásio Lineu de Moura (Associação Esportiva São José), sob a presidência de D. Carmine Rocco, Núncio Apostólico no Brasil.

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