Os exercícios espirituais da Quaresma: a oração para restaurar a relação com Deus
A Quaresma é o tempo proposto pela Igreja para o crescimento dos cristãos, por meio da conversão, preparando para a celebração daquela que é mais importante das solenidades católicas, a Páscoa. Nesse Tempo Litúrgico, são propostas como atitudes os exercícios da oração, do jejum e da esmola. E para abordar alguns aspectos dessas atitudes propostas pela Igreja neste tempo, o Portal da CNBB apresenta uma série sobre cada um desses exercícios, a começar pela oração.
A constituição conciliar Sacrossantum Concilium – sobre a Sagrada Liturgia, orienta colocar “maior realce, tanto na Liturgia como na catequese litúrgica”, a dois aspectos característicos do tempo quaresmal: “a escuta mais frequente da Palavra de Deus e a maior dedicação à oração, para a celebração do mistério pascal”.
Em artigo publicado no Portal da CNBB, o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência, dom Walmor Oliveira de Azevedo, recorda que não há discipulado sem conversão diária, profunda, pela aprendizagem de dinâmicas ensinadas e celebradas durante o tempo quaresmal.
“A Quaresma aponta o caminho de uma humanização espiritual e afetiva. A sua vivência contribui para a superação de muitas situações tristes […]. Oportuno e sábio é acolher o horizonte indicado por Jesus – buscar a conversão e a vivência do Evangelho. Trata-se de uma pérola preciosa encontrada no Sermão da Montanha, carta magna do cristianismo, narrada pelo evangelista Mateus”.
Dessa passagem do Evangelho, dom Walmor recorda as referências à prática do jejum, da esmola e da oração, “com propriedades para requalificar a condição humana que facilmente se distancia de valores e princípios essenciais a uma vida mais equilibrada”.
“A oração é a experiência única e insubstituível para alcançar o coração de Deus, estabelecendo um diálogo com o Pai, educando-se para enxergar o mundo e o próximo a partir da perspectiva do Criador”, escreveu dom Walmor.
O subsídio de roteiros homiléticos oferecido pela Edições CNBB recorda que o Evangelho da Quarta-feira de Cinzas apresenta as três práticas quaresmais como indicações de Jesus sobre o caminho de volta para Deus. Por meio deles, são revisados “os três principais relacionamentos da nossa vida: com o nosso próximo (esmola), com Deus (oração) e com nós mesmos (jejum)“.
Assim, a oração “visa restaurar a nossa relação com Deus, entendo que a oração é boa não quando saímos dela nos sentindo bem, mas quando saímos dela dispostos a fazer a vontade de Deus, expressar sua Palavra. Jesus deseja que a nossa oração vá além das nossas necessidades e se torne o espaço diário que damos ao Pai para que Ele cuide de nós e transforme o nosso coração de pedra num coração de carne (humano; cf Ez 36, 26)”.
O material também apresenta um questionamento:
“Fazemos nossas as orações a Deus, permitindo que Ele questione os nossos projetos e nos desafie com as exigências da sua Palavra, mesmo vivendo numa época em que muitos buscam a Deus somente para seus interesses imediatos e seu bem-estar espiritual?”.
Leia o artigo de Dom Walmor na íntegra.
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