Presidente da CNBB participa no senado de sessão sobre o Relatório de Avaliação do painel intergovernamental de mudanças climáticas
Senadores debateram nesta sexta-feira, 10 de de setembro, o Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, também conhecido como relatório do IPCC. Foram convidados especialistas internacionais e a ativista ambiental sueca Greta Thunberg.
O documento destaca o aquecimento global de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais e o aumento da emissão de gases de efeito estufa. Os resultados do IPCC vão ser avaliados sob o ponto de vista do impacto e das recomendações para o Brasil.
O presidente da Comissão do Meio Ambiente do Senado, o senador Jacques Wagner, chamou a atenção para a necessidade de que as organizações da sociedade civil e o Congresso pressionem o Governo Federal para voltar sua atenção para a urgência da questão ambiental no Brasil.
A embaixadora da Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas 2021 (COP26), Fiona Clauder apontou para a necessidade de urgência de agir em função da coletividade. “O que o relatório do IPCC nos diz é que o tempo está acabando. Precisamos interromper urgente o aquecimento global de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais sob o risco de comprometer as condições de vida na terra”, disse.
Segundo ela, o relatório aponta que os impactos sobre a mudança climática estão em curso e são devastadores. O Brasil tem, segundo ela, uma enorme capacidade de exercer influência sobre o mundo. Ela disse que uma meta de 100 bilhões de dólares foi acordada para garantir que se alcance as metas financeiras globais de enfrentamento às mudanças climáticas.
Participação da CNBB
O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Azevedo de Oliveira agradeceu ao convite e disse que a Igreja no Brasil se soma a este coro em favor da vida na Casa Comum. Falou do projeto de lei do Junho Verde apresentado ao Senado pela CNBB como um caminho que pode desenvolver uma maior consciência ambiental.
O presidente da CNBB acentuou que o relatório feito por inúmeros cientistas ao redor do planeta é uma alerta vermelho para a humanidade. “As últimas quatro décadas registraram aumentos na temperatura do planeta que podem comprometer diversas formas de vida”, disse.
“A mensagem é clara, ou agimos agora ou as consequências serão cada vez mais catastróficas. Não há mais dúvida, a causa somos nós e o nosso modelo de desenvolvimento que, segundo nosso amado Papa Francisco, exclui e mata”, disse.
Dom Walmor também falou sobre o desmatamento na Amazônia que vem registrando aumentos a partir de 2020, segundo vem apontando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). “A floresta na Amazônia está sob ataque do fogo. Entre 2000 e 2019, 28% da área total queimada no país foram de solos amazônicos. Neste período, 428 mil kilômetros quadrados foram destruídos’, denunciou.
O presidente da CNBB ressaltou a importância do Brasil na redução dos impactos ambientais e na mudança climática, como a luta contra o desmatamento via fortalecimento das instituições que fiscalizam os territórios. Segundo ele, há em curso no Brasil um desmantelamento da legislação de proteção ao meio ambiente e dos órgãos fiscalizadores, fatos que são responsáveis pelo aumento do desmatamento e a ação de agentes irregulares e predatórios nos territórios de comunidades tradicionais.
Dom Walmor fez referências à Laudato Si, a encíclica do Papa Francisco sobre o cuidado com a Casa Comum para reforçar a posição da Igreja na questão ambiental. “A CNBB se soma à esta luta e está à disposição e em fidelidade ao que pede Jesus para salvaguardar a Casa Comum e o Planeta”, disse.
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