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A Voz do Pastor › 04/03/2021

Ano da Família: Amoris laetitia

No Angelus de domingo, 27 de dezembro de 2020, Festa da Sagrada Família, o Papa Francisco anunciou a convocação de um ano especial dedicado à família, denominado Amoris laetitia, que será inaugurado em 19 de março de 2021, dia de São José e, também, quinto aniversário de publicação desta Exortação Apostólica, fruto da XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, realizada em 2015, sobre o tema: “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. O encerramento do ano de reflexão está marcado para junho de 2022.

Dirigindo-se a quem o acompanhava pelos meios de comunicação, o Papa disse que as considerações sobre o documento “serão colocadas à disposição das comunidades eclesiais e das famílias para acompanhá-las em seu caminho. Desde agora, convido todos a aderir às iniciativas que serão promovidas ao longo do ano e que serão coordenadas pelo Departamento para os Leigos, a Família e a Vida. Confiemos à Sagrada Família de Nazaré, em particular à São José, esposo e pai solícito, este caminho com as famílias de todo o mundo”.

O Pontífice também chamou a atenção para o fato de que “o Filho de Deus quis ter necessidade, como todas as crianças, do calor de uma família”, e, precisamente por isso, “a família de Jesus, a de Nazaré, é a família modelo, em que todas as famílias do mundo podem encontrar o seu ponto de referência seguro e uma inspiração segura. Em Nazaré brotou a primavera da vida humana do Filho de Deus, no momento em que Ele foi concebido pela ação do Espírito Santo no seio virginal de Maria”.

De acordo com Francisco, ao nos inspirarmos na Sagrada Família, somos chamados a redescobrir o valor educativo de um núcleo familiar fundado no amor que sempre regenera as relações, e abre horizontes de esperança. “Em família se poderá experimentar uma comunhão sincera quando ela é casa de oração, quando os afetos são sérios, profundos, puros, quando o perdão prevalece sobre a discórdia, quando a dureza cotidiana do viver é amenizada pela ternura recíproca e pela serena adesão à vontade de Deus”.

Para o Pontífice, a família é essencial para que todos encontrem energia espiritual para se abrir ao exterior, aos outros, ao serviço dos irmãos e à colaboração para a construção de um mundo sempre novo e melhor. O Papa recordou que nas famílias existem problemas, que às vezes se briga, “mas somos humanos, somos fracos, e todos temos às vezes este fato que brigamos em família”.

A recomendação, já feita em outras oportunidades, é que não se acabe o dia sem fazer as pazes, pois “a guerra fria no dia seguinte é muito perigosa”. Ele também lembrou as três palavras fundamentais para que o ambiente em família seja bom: “com licença”, “perdão”, “obrigado”. “Não ser invasivos”, agradecer sempre, pois “a gratidão é o sangue da alma nobre”, e depois pedir perdão, das três, a palavra mais difícil de dizer.

O Papa também confiou ao Senhor “todas as famílias, especialmente as mais provadas pelas dificuldades da vida e pelas feridas da incompreensão e da divisão. O Senhor, nascido em Belém, conceda a todas a serenidade e a força para caminharem unidos no caminho do bem”.

Em nível de Igreja, nas paróquias, dioceses, universidades, no contexto dos movimentos eclesiais e das associações familiares, serão divulgados instrumentos de espiritualidade familiar, de formação e ação pastoral sobre a preparação para o matrimônio, a educação ao afeto dos jovens, sobre a santidade dos cônjuges e das famílias que vivem a graça do sacramento na vida cotidiana.

Além disso, serão organizados simpósios acadêmicos internacionais e nacionais para aprofundar os conteúdos e as implicações da exortação apostólica em relação aos temas de grande atualidade que interessarão às famílias em todo o mundo.

Tendo em vista a abertura em 19 de março, o Departamento para os Leigos, Família e Vida preparou um folheto informativo para ser compartilhado com as dioceses, as paróquias e as famílias; este pode ser baixado através do site www.amorislaetitia.va.

Eis os objetivos do Ano da Família, constantes no mesmo site, ao qual é possível ter acesso a partir da homepage do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida: A) difundir a mensagem cristã sobre a família à luz dos desafios do nosso tempo; B) aprofundar o texto da exortação apostólica e do magistério do Papa Francisco; C) convidar as Conferências Episcopais, as dioceses e as paróquias, juntamente com os movimentos, associações e famílias, a se dedicarem com vigor à pastoral da família, implementando a “Amoris Laetitia”.

A experiência da pandemia destacou o papel central da família como igreja doméstica e também a importância dos laços entre as famílias, que fazem da Igreja uma “família de famílias” (AL 87). Por meio das iniciativas espirituais, pastorais e culturais planejadas no Ano da Família Amoris Laetitia o Papa Francisco pretende dirigir-se a todas as comunidades eclesiais do mundo, exortando cada pessoa a ser uma testemunha do amor familiar.

O Ano da família começará em 19 de março de 2021, dia de São José, e terminará em 26 de junho de 2022, durante o 10º Encontro Mundial das Família, em Roma. Diz o Papa: “na família é possível experimentar uma comunhão sincera quando esta é uma casa de oração, quando os afetos são sérios, profundos, puros, quando o perdão prevalece sobre as discórdias, quando a dureza cotidiana da vida é suavizada pela ternura mútua e pela serena adesão à vontade de Deus”.

O Papa observa que a apresentação de “um ideal teológico do matrimónio” não pode estar distante da “situação concreta e das possibilidades efetivas” das famílias “tais como são”, desejando que o discurso católico supere a “simples insistência em questões doutrinais, bioéticas e morais”. Nesse sentido, propõe uma pastoral “positiva, acolhedora” e defende um caminho de “discernimento” para os católicos divorciados que voltaram a se casar civilmente, sublinhando que não existe uma solução única para estas situações.

Confiamos à Sagrada Família de Nazaré, em particular a São José, marido e pai solícito, este caminho com as famílias de todo o mundo. Que a Virgem Maria, faça que as famílias de todo o mundo sejam cada vez mais fascinadas pelo ideal evangélico da Santa Família, para se tornarem fermento de uma nova humanidade e de uma solidariedade concreta e universal.

Em nossa Diocese queremos dar uma atenção toda especial aos crismados em seu comprometimento no seguimento de Jesus, e as casais novos, com até 15 anos do compromisso matrimonial sacramental, em sua busca de viver com alegria e coragem o amor e os desafios da vida.

Dom José Valmor Cesar Teixeira, SDB
Bispo Diocesano de São José dos Campos

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