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Notícias da Diocese › 07/12/2020

Advento 2020: Tempo de Esperançar

A palavra “advento” quer dizer “que está para vir”. O tempo do Advento é para toda a Igreja, a vivência do mistério de espera e preparação da vinda de Cristo. Neste tempo, celebra-se, nas primeiras semanas, a espiritualidade de espera da segunda vinda. Nas semanas mais próximas ao seu fim, a preparação para as solenidades de sua primeira vinda, seu nascimento.

É momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã. É tempo de espera e esperança, de estar atentos e vigilantes. É preciso uma preparação alegre para a vinda do Senhor, como uma noiva que se enfeita, se prepara para a chegada de seu noivo, seu amado.

Nesse ano o Advento começou no último domingo de novembro e vai até às primeiras vésperas do Natal de Jesus, somando quatro domingos.

Origem

Há relatos de que o Advento começou a ser vivido entre os séculos IV e VII em vários lugares do mundo, como preparação para a festa do Natal. No final do século IV, na Gália (atual França), e na Espanha, tinha caráter ascético com jejum e abstinência e duração de 6 semanas, como na Quaresma (Quaresma de S. Martinho). Este caráter ascético para a preparação do Natal era devido à preparação dos catecúmenos para o batismo, na festa da Epifania. Somente no final do século VII, em Roma, foi acrescentado o aspecto escatológico do Advento, recordando a segunda vinda do Senhor e esse tempo passou a ser celebrado durante 5 domingos.

Após a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II o Advento passou a ser celebrado nos seus dois aspectos: a vinda definitiva do Senhor e a preparação para o Natal, mantendo a tradição das 4 semanas. A Igreja entendeu que não podia celebrar a liturgia, sem levar em consideração a sua essencial dimensão escatológica.

Espiritualidade

A liturgia do Advento impulsiona a reviver alguns dos valores essenciais cristãos, como a alegria expectante e vigilante, a esperança, a pobreza, a conversão.

Deus é fiel às suas promessas: o Salvador virá; daí a alegre expectativa, que deve, nesse tempo, não só ser lembrada, mas vivida, pois aquilo que se espera acontecerá com certeza. Portanto, não se está diante de algo irreal, fictício, passado, mas diante de uma realidade concreta e atual. A esperança da Igreja é a esperança de Israel já realizada em Cristo mas que só se consumará definitivamente na parusia (2ª vinda ou vinda gloriosa) do Senhor. Por isso, o brado da Igreja, característico desse tempo, é “Marana tha”! Vem Senhor Jesus!

O tempo do Advento é tempo de esperança porque Cristo é a nossa esperança (1Tm 1, 1); esperança na renovação de todas as coisas, na libertação das nossas misérias, pecados, fraquezas e na vida eterna. Esperança que nos forma na paciência diante das dificuldades e tribulações da vida, diante das perseguições, etc.

Tempo de conversão

O Advento também é tempo propício à conversão. Sem um retorno de todo o ser a Cristo não há como viver a alegria e a esperança na expectativa da sua vinda. É necessário que “preparemos o caminho do Senhor” nas nossas próprias vidas, “lutando até o sangue” contra o pecado, através de uma maior disposição para a oração e mergulho na Palavra.

No Advento é preciso questionar-se e aprofundar a vivência da pobreza. Não pobreza econômica, mas principalmente aquela que leva a confiar, se abandonar e depender inteiramente de Deus (e não dos bens terrenos), que tem n’Ele a única riqueza, a única esperança e que conduz à verdadeira humildade, mansidão e posse do Reino.

Teologia do Advento

O Advento recorda a dimensão histórica da salvação, evidencia a dimensão escatológica do mistério cristão e nos insere no caráter missionário da vinda de Cristo. Ao serem aprofundados os textos litúrgicos desse tempo, constata-se na história da humanidade o mistério da vinda do Senhor. Jesus que de fato se encarna e se torna presença salvífica na história, confirmando a promessa e a aliança feita ao povo de Israel. Deus que, ao se fazer carne, plenifica o tempo (Gl 4,4) e torna próximo o Reino (Mc 1,15) .

O Advento recorda também o Deus da revelação, Aquele que é, que era e que vem (Ap 1, 4-8), que está sempre realizando a salvação mas cuja consumação se cumprirá no “dia do Senhor”, no final dos tempos. O caráter missionário do Advento se manifesta na Igreja pelo anúncio do Reino e a sua acolhida pelo coração do homem até a manifestação gloriosa de Cristo.

Preparando o caminho

As figuras de João Batista e Maria são exemplos concretos da missionariedade de cada cristão, quer preparando o caminho do Senhor, quer levando o Cristo ao irmão para o santificar. Não se pode esquecer que toda a humanidade e a criação vivem em clima de advento, de ansiosa espera da manifestação cada vez mais visível do Reino de Deus.

A celebração do Advento é, portanto, um meio precioso e indispensável para nos ensinar sobre o mistério da salvação e assim termos a Jesus como referencia e fundamento, dispondo-nos a “perder” a vida em favor do anúncio e instalação do Reino.

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