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Artigos › 10/06/2020

Sagrado Coração de Jesus: fonte abundante de graças

Celebramos neste mês a grande Solenidade Litúrgica do Sagrado Coração de Jesus. Essa é uma devoção muito popular, que ganhou dimensões globais a partir do século XVII, pelos esforços de São João Eudes, Santa Margarida Alacoque e da beata Maria do Divino Coração.

Mas é preciso saber que a devoção já existia antes. Já desde a Idade Média, o Coração de Jesus passou a ser amplamente considerado como modelo para o amor que somos chamados a ter. Mas foi o Papa Leão XIII que consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus, ato que classificou como sendo o maior ato do seu pontificado.

O Papa Pio XII escreveu uma encíclica chamada Haurietis aquas, que fala justamente sobre o culto do Sagrado Coração de Jesus. Nesta carta, ele diz: “Conquanto a Igreja em tão grande estima tenha tido sempre e ainda tenha o culto do sacratíssimo coração de Jesus, a ponto de se empenhar em fomentá-lo e propagá-lo por toda parte entre o povo cristão”.

Vemos aqui a preocupação do Papa por fomentar essa devoção para todo o mundo, porque ele tinha a consciência de que, dessa devoção, o povo de Deus pode cumprir aquilo que está escrito em Isaías 12,3: “…Com alegria tirareis águas das fontes da salvação”. O nome do documento, Haurietis aquas, significa justamente “retirar água” e faz alusão a essa passagem da Bíblia. O Coração de Jesus é essa fonte de salvação da qual jorram abundantes águas.

 “No Sagrado Coração está o símbolo e a imagem expressa do Amor infinito de Jesus Cristo, que nos leva a retribuir-lhe esse Amor”, nos diz o Papa Leão XIII.

Essa carta é uma defesa da devoção ao Sagrado Coração que vale a pena conhecer. Nela, o Santo Padre coloca os fundamentos da devoção com exemplos da Sagrada Escritura, tanto do Antigo como do Novo Testamento e também de outros pontífices que, ao longo da história da Igreja, defenderam a adoração ao Sagrado Coração de Jesus. Isso foi importante para Pio XIII porque, infelizmente, muitos católicos não chegavam a compreender todas as bênçãos que podem vir por meio dessa piedade querida por Jesus, chegando a classificá-la até como prejudicial à Igreja.

O fundamento de toda essa devoção é o amor de Deus. “No Sagrado Coração está o símbolo e a imagem expressa do Amor infinito de Jesus Cristo, que nos leva a retribuir-lhe esse Amor”, nos diz o Papa Leão XIII. É esse o núcleo da solenidade que celebramos.

Ao olhar o Coração de Jesus, devemos entrar nesse Coração pelo lado traspassado e viver, experimentar esse amor ardente de Cristo por nós, para que nós possamos também transmitir esse amor aos demais.

O Apostolado da Oração, tão difundido na Igreja aqui no Brasil, de acordo com Dom Orani J. Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro, “nos matricula na escola do Coração de Cristo”. Eles prestam um serviço muito importante para a Igreja do Brasil e do mundo inteiro, difundindo o amor de Deus e fazendo que esse amor cresça em cada um dos fiéis.

Vale a pena lembrar também as promessas feitas por Jesus para os que forem devotos e espalharem a devoção do Seu Sagrado Coração:

1ª Promessa: “A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de Meu Sagrado Coração”;

2ª Promessa:
 “Eu darei aos devotos de Meu Coração todas as graças necessárias a seu estado”;

3ª Promessa:
 “Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias”;

4ª Promessa:
 “Eu os consolarei em todas as suas aflições”;

5ª Promessa:
 “Serei refúgio seguro na vida e principalmente na hora da morte”;

6ª Promessa:
 “Lançarei bênçãos abundantes sobre os seus trabalhos e empreendimentos”;

7ª Promessa:
 “Os pecadores encontrarão, em meu Coração, fonte inesgotável de misericórdias”;

8ª Promessa:
 “As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas pela prática dessa devoção”;

9ª Promessa:
 “As almas fervorosas subirão, em pouco tempo, a uma alta perfeição”;

10ª Promessa:
 “Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais endurecidos”;

11ª Promessa:
 “As pessoas que propagarem esta devoção terão o seu nome inscrito para sempre no Meu Coração”;

12ª Promessa:
 “A todos os que comunguem, nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna”. 

Essa última promessa é chamada também de a grande promessa, porque qual graça poderia ser maior que a segurança de que, no momento da nossa morte, possamos estar em Graça com Deus?

Este é um dia para crescer na devoção e no amor a Jesus, de maneira especial ao seu Sagrado Coração. O fazemos sabendo que somos amparados pelo Magistério da Igreja, que sempre apoiou e buscou propagar essa devoção.

Que o Sagrado Coração de Jesus cumule a cada um de nós com abundantes bênçãos!

 

João Antônio Johas
Licenciando em Filosofia pela Universidade Católica de Petrópolis, Pós-graduando em Antropologia Cristã pela Universidade Católica San Pablo em Arequipa, Peru.

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