Novembro: mês diocesano de conscientização sobre o dízimo
O Dízimo é um ato de amor e um gesto de partilha. Nós não pagamos o Dízimo, nós o devolvemos, já que tudo o que somos e temos pertence a Deus.
Compreender a importância do dízimo significa entender a nossa participação na comunidade. Quando devolvemos o dízimo, devemos fazê-lo como oração e agradecimento a Deus e não apenas depositar o resto que nos sobra.
A PASTORAL DO DÍZIMO
O primeiro objetivo da Pastoral do Dízimo é ajudar cada cristão a se conscientizar sobre a experiência pessoal com Jesus Cristo e a sua missão como discípulo, missionário, membro da comunidade eclesial.
O dízimo manifesta a união da comunidade, é fruto da oração, do trabalho e da vivência litúrgica e catequética. Os cristãos participam do dízimo porque compreenderam o significado de ser Igreja, comunidade, a serviço da construção do Reino de Deus
É do compromisso com o dízimo que a Igreja poderá viver e sustentar com dignidade sua missão pastoral, social e evangelizadora. Dízimo é força comunitária, é compromisso com a vida, é testemunho de fé que se traduz na partilha consciente e livre de pequena parcela dos bens necessários ao nosso sustento!
AS DIMENSÕES DO DÍZIMO
A partir do Documento 106 “O Dízimo na Comunidade de Fé – Orientações e Propostas” da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), o dízimo passa a ter quatro dimensões, sendo elas: religiosa, eclesial, missionária e caritativa. Antes, as dimensões do dízimo eram divididas entre religiosa, social e missionária.
A primeira dimensão do dízimo é a RELIGIOSA: tem a ver com a relação do cristão com Deus. Contribuindo com parte de seus bens, o fiel cultiva e aprofunda sua relação com aquele de quem provém tudo o que ele é e tudo o que ele tem, e expressa, na gratidão, sua fé e sua conversão. Essa dimensão, tratando da relação com Deus, insere o dízimo no âmbito da espiritualidade cristã. A partir da relação com Deus, a relação com os bens materiais e com seu correto uso, à luz da fé (Lc 12,15-21; 1Tm 6,17-19) ganha novo significado. A consciência do valor desses bens e, ao mesmo tempo, de sua transitoriedade, leva os fiéis, ao contribuírem com o dízimo, à experiência de usar os bens materiais com liberdade e sem apego, buscando primeiro o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6,33).
O dízimo também tem uma dimensão ECLESIAL. Com o dízimo o fiel vivencia sua consciência de ser membro da Igreja, pela qual é corresponsável, contribuindo para que a comunidade disponha do necessário para realizar o culto divino e para desenvolver sua missão. A consciência de ser Igreja leva os fiéis a assumirem a vida comunitária, participando ativamente de suas atividades e colaborando para que a comunidade viva cada vez mais plenamente a fé e mais fielmente testemunhe. Desse modo, cada fiel toma parte no empenho de todos e se abre para as necessidades de toda a Igreja. O dízimo também oferece condições às paróquia se comunidades de contribuírem de modo sistemático com a Igreja particular, mantendo vivo o sentido de pertença a ela.
O dízimo tem uma dimensão MISSIONÁRIA. O fiel, corresponsável por sua comunidade, toma consciência de que há muitas comunidades que não conseguem prover suas necessidades com os próprios recursos e que precisam da colaboração de outras. O dízimo permite a partilha de recursos entre as paróquias de uma mesma Igreja particular e entre as Igrejas particulares, manifestando a comunhão que há entre elas. De fato, em cada Igreja particular, na comunhão com as demais, está presente e atua a una e única Igreja de Cristo. O dízimo contribui para o aprofundamento da partilha e da comunhão de recursos em projetos como o das paróquias-irmãs e o do fundo eclesial de comunhão e partilha, no âmbito da Igreja particular; e nos projetos “Igrejas-irmãs” e “Comunhão e Partilha”, em âmbito nacional.
O dízimo tem ainda uma dimensão CARITATIVA, que se manifesta no cuidado com os pobres, por parte da comunidade. Uma das características das primeiras comunidades cristãs era de que “entre eles ninguém passava necessidade”, pois tudo era distribuído conforme a necessidade de cada um (At 4, 34-35). A atenção com os pobres e suas necessidades é uma característica da Igreja Apostólica. Ao reconhecerem a autenticidade do ministério de São Paulo, os apóstolos pediram que não se esquecesse dos pobres (Gl 2,10). “A opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica” e a caridade para com os pobres “é uma dimensão constitutiva da missão da Igreja e expressão irrenunciável da sua própria essência”.
A ALEGRIA DE SER DIZIMISTA
Testemunhos
“Dízimo pra quê? Já dou minha contribuição todo domingo no ofertório. Sempre ajudo 2 ou 3 crianças carentes no Natal. Dou esmola quando me pedem. Ajudo nas festas da igreja”, assim as pessoas costumam dizer. É difícil explicar o que leva alguém a acreditar que Deus realiza milagres para quem contribui com o Dízimo.
Aprendi isso em uma conversa com uma grande pessoa. Em um dos vários dias que fomos passar o fim de semana em sua casa, o assunto caiu em pauta. Eu estava passando por algumas dificuldades. O amigo então me disse: “Eu te desafio: comece a contribuir com o Dízimo e os milagres acontecerão na sua vida. Já convenci um ateu a participar da missa e contribuir com o Dízimo e o milagre aconteceu. Entenda, o Dízimo não é apenas uma obrigação, mas uma entrega pessoal do seu pouco, para quem precisa muito”.
Fiquei tocada, confesso que um pouco descrente, mas resolvi fazer a experiência. E não me perguntem como, mas as coisas foram se ajeitando.
Em São Paulo, onde morava, um padre me disse que não é o valor que importa. Pode ser 10% ou 1%. O que importa é entregar com o mesmo coração da viúva pobre citada no Evangelho de São Lucas.
Não digo que não passo por algumas dificuldades de vez em quando, mas sempre uma luz me mostra o caminho. Aquele caminho que leva ao Pai… O Pai que nos dá liberdade para fazermos nossas escolhas e nos recompensa quando elas são as corretas.
Ana Maria Villafranca Otero
Sociedade de São Vicente de Paulo | Paróquia Coração de Jesus
Uma paróquia tem uma igreja matriz e, geralmente, várias capelas, além de salões e secretarias paroquiais que compõem sua estrutura. Ao longo do ano são centenas de missas e celebrações, reuniões, retiros, encontros de catequese e crisma etc.
Para que todas essas atividades aconteçam é necessária uma série de investimentos como energia elétrica, água, materiais de limpeza, velas, lâmpadas, flores, móveis, funcionários, serviços de manutenção, utensílios litúrgicos, entre outras coisas.
E tudo isso só é possível graças ao compromisso fiel do dizimista. Portanto, você, dizimista, é o responsável para que todos possam desfrutar de um ambiente acolhedor nas igrejas.
Muita gente confunde dízimo com coleta, que pode ser feita quando possível no ofertório durante as missas. Já o dízimo não deve ser entregue de vez em quando.
O dízimo exige um compromisso fiel. É a partilha do que recebemos e devemos fazer todo mês. Para se tornar um dizimista é só procurar a Pastoral do Dízimo ou secretaria de sua paróquia. E assim você estará ajudando a manter viva a obra de Deus, por meio da paróquia que frequenta. Afinal a Palavra orienta: “Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama quem dá com alegria” (2 Cro. 9,7)
Rosana Antunes
Jornalista voluntária na Pastoral da Comunicação e na Pastoral Carcerária
ORAÇÃO DO DIZIMISTA
Recebei, Senhor, a minha oferta.
Ela não é uma esmola, porque não sois mendigo.
Não é apenas uma contribuição porque não precisais dela.
Não é o resto que me sobra que vos ofereço.
Esta importância, Senhor, representa a minha gratidão e o meu reconhecimento, pois se tenho algo, é porque Vós me destes. Amém!
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