Secretário Geral da CNBB participa de lançamento do relatório sobre conflitos no campo em 2011
CNBB
O secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, participou na manhã de segunda-feira, 7 de maio, da sessão de apresentação do relatório de conflitos no campo de 2011 realizada pela Comissão Pastoral da Terra. Estavam também presentes Dom Guilherme Werlang, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, Justiça e Paz, e dom Tomás Balduíno, bispo emérito de Goiás (GO) e conselheiro da CPT.
Para Dom Leonardo, o documento que traz dados fortes e que não podem deixar a sociedade esquecer o resultado da ganância e da injustiça do modelo agrário brasileiro: “O papel, as letras, os dados, estão recordando vidas. Eles querem trazer à nossa memória os filhos e filhas de Deus que, na busca de vida digna, tombaram por causa da ganância e da injustiça. O relatório deixa para o futuro a memória destas vidas”.
O balanço apresentado no documento revela o aumento no número total de conflitos foi de quinze por cento em relação a 2010. O crescimento mais expressivo foi no nordeste. O número de ameaçados de morte em conflitos no campo cresceu cento e setenta e oito por cento, de um ano para o outro: de cento e vinte e cinco em 2010, para trezentos e quarenta e sete, no ano passado. O número de assassinatos diminuiu, mas a repercussão chamou a atenção para as ameaças sofridas pelos trabalhadores do campo, especialmente na região da Amazônia legal.
A história do casal José Cláudio e Maria do Espírito Santo, assassinados no Pará no ano passado, é lembrada na capa do relatório. A morte do casal ocorreu em maio de 2011, no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados aprovou o texto do novo Código Florestal. Laísa dos Santos, que é irmã de Maria, decidiu seguir na luta por uma vida digna, apesar das ameaças de morte que vem recebendo. Ela também lembrou que “é possível viver com os recursos da floresta. sentimos na nossa pelo que a nossa cabeça está a prêmio”.
O relatório também revelou um crescimento de 12,7% no número de ocorrências de trabalho escravo no campo em 2011. a CPT promove a mobilização em torno da votação aprovação da PEC 438 na câmara dos deputados, prevista para esta terça-feira.