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Novo fenômeno brasileiro: jovens seminaristas com maturidade vocacional

O perfil dos novos seminaristas contempla jovens que alcançaram um certo grau de maturidade humana e vocacional.

Thomas Arsego – “Eu sempre digo que a faculdade foi um divisor de águas para mim e para saber o que iria fazer para o resto da vida. Embora eu já fosse bastante envolvido com a Igreja, percebi que faltava algo mais. Fiz um processo de discernimento e, no fim do ano passado, resolvi, junto com a família, ingressar no Seminário.”

Thomas Arsego tem 21 anos, é natural do interior do Rio Grande do Sul, do Distrito de Jaguaretê, no norte do Estado. O jovem frequentou por três anos o curso de Odontologia da Faculdade Ideau, da vizinha cidade de Getúlio Vargas. Hoje, Thomas representa o novo perfil dos candidatos ao ministério sagrado ao escolher o Propedêutico do Seminário Nossa Senhora de Fátima, de Erechim, num período mais maduro da vida. É o que confirma o Padre Valter Girelli, reitor da instituição católica.

Pe. Valter – “Temos o Thomas, que veio da Odontologia, um da Administração, e outro do ensino médio. É um perfil novo e um fenômeno novo no Brasil. São meninos mais maduros, mais decididos.”

Thomas conta que, apesar da crise de seminaristas, ele não acredita que seja o fim, mas uma mudança de época da qual se sente parte ativa. Uma mudança e dinâmica diferentes para bem direcionar a Igreja. O magistério do Papa Francisco, por exemplo, influenciou o jovem na decisão de largar a faculdade. Ele conta que foi ao Rio, em 2013, participar da Jornada Mundial da Juventude.

Thomas Arsego – “Tem uma frase dele que eu lembro muito: ‘voltem para as suas casas e não se prendam só à casa e à comunidade, mas voltem pra fazer um trabalho de evangelização, de não ter vergonha de vestir uma camiseta, de carregar uma cruz no peito, de não ter vergonha de ser cristão’.”

E, se tivesse que aconselhar outros jovens que vivem a mesma tomada de decisão que ele, Thomas é enfático:

Thomas Arsego – “Temos que ouvir a voz do nosso coração. Precisamos silenciar pra poder escutar. Se alguém estiver no mesmo dilema que eu, eu diria pra rezar e meditar muito, conversar com Deus que, aos poucos, vai falando com a gente. Quando Deus chama, não chama simplesmente, ele também ajuda a resolver. A vida dentro do Seminário não é pra se fechar para o mundo. É ver a comunidade, pela ótica da fé, e também ajudar as pessoas. Nessa caminhada, eu tenho muito ainda pra viver. Mas cada dia é uma oportunidade, pra crescer e aprender com elas. A vida de um padre também é feita de renúncia. Pra mim, hoje, eu penso que a gente precisa se alegrar com o que faz. Fazer renúncia, sim, mas que seja pela felicidade e pelo encontro com a pessoa de Jesus.”

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