A Igreja, mãe de vocações
Celebramos neste mês de agosto o “mês das vocações”. A cada ano renovamos esta celebração, pedindo a Deus pelos vocacionados e vocacionadas de nossas comunidades e da vida da Igreja.
O Papa Francisco escolheu como tema deste mês vocacional: “A Igreja, mãe das vocações”. Diz-nos o Papa em sua mensagem: como gostaria que todos os batizados pudessem, no decurso do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, experimentar a alegria de pertencer à Igreja! E pudessem redescobrir que as vocações cristãs, bem como as vocações particulares, nascem no meio do povo de Deus e são dons da misericórdia divina! A Igreja é a casa da misericórdia e também a «terra» onde a vocação germina, cresce e dá fruto.
O Beato Paulo VI, na Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi, descreveu os passos do processo da evangelização. Um deles é a adesão à comunidade cristã (cf. n. 23), da qual se recebeu o testemunho da fé e a proclamação explícita da misericórdia do Senhor. Esta incorporação comunitária compreende toda a riqueza da vida eclesial, particularmente os Sacramentos.
A Igreja não é só um lugar onde se crê, mas também objeto da nossa fé; por isso, dizemos no Credo: «Creio na Igreja». A chamada de Deus acontece através da mediação comunitária. Deus chama-nos a fazer parte da Igreja e, depois de um certo amadurecimento nela, dá-nos uma vocação específica. O caminho vocacional é feito juntamente com os irmãos e as irmãs que o Senhor nos dá: é uma con-vocação. O dinamismo eclesial da vocação é um antídoto contra a indiferença e o individualismo. Estabelece aquela comunhão onde a indiferença foi vencida pelo amor, porque exige que saiamos de nós mesmos, colocando a nossa existência ao serviço do desígnio de Deus e assumindo a situação histórica do seu povo santo…
Peçamos ao Senhor que conceda, a todas as pessoas que estão a realizar um caminho vocacional, uma profunda adesão à Igreja; e que o Espírito Santo reforce, nos Pastores e em todos os fiéis, a comunhão, o discernimento e a paternidade ou maternidade espiritual.
Assim, vamos vivenciar com alegria, neste mês, as diversas vocações eclesiais.
O primeiro domingo de agosto, é dedicado ao ministério ordenado (bispos, padres e diáconos). Essa comemoração se deve ao fato de celebrarmos o dia do Santo Cura d’Ars, São João Maria Vianney, no dia 04, patrono dos padres, e, o dia de São Lourenço, no dia 10, diácono e mártir, patrono dos diáconos.
No segundo domingo, celebramos o Dia dos Pais, dedicado à vocação matrimonial, à qual partilharemos a Semana Nacional da Família. Junto com a esposa, o pai tem a missão de levar os filhos a Deus por meio da oração, ensinamento e vivência do Evangelho. A família é verdadeiramente um ‘Santuário de Vida’.
No terceiro domingo, recordamos a vocação à vida consagrada: religiosos, religiosas, consagradas e consagrados nos vários institutos e comunidades de vida apostólica e também nas novas comunidades, motivados pela solenidade da Assunção de Maria ao Céu, modelo de todos aqueles que dizem sim ao chamado de Deus para uma entrega total.
O quarto domingo de agosto é dedicado ao Dia do Catequista, daí a comemoração do dia da vocação do cristão leigo na Igreja, tanto pela sua presença no seio da Igreja quanto pelo seu testemunho nos vários ambientes de trabalho e vida. Todos nós recordamos com gratidão os nossos catequistas. O dia do cristão leigo voltará a ser comemorado também no último domingo do ano litúrgico, Solenidade de Cristo Rei (20 de novembro).
No quinto e último domingo de agosto são recordados todos os ministérios leigos. Na Igreja, louvamos a Deus por todas as vocações! Percebemos a mão e a voz de Deus que nos chamam e nos conduzem.
Neste ano vamos fazer em toda a Diocese de São José dos Campos uma grande coleta em favor de nossos SEMINÁRIOS, lugar de formação de nossos Padres. Todos são chamados a participar e a colaborar. Todos são chamados a serem generosos na doação de recursos para que possamos garantir a presença de bons e santos sacerdotes em todas as nossas paróquias, instituições e responsabilidades diocesanas.
Conclamo a todos a participarem com alegria e generosidade na medida em que cada um e todos nos sintamos responsáveis pelas vocações e pela Igreja, mãe das vocações.
Dom José Valmor Cesar Teixeira, SDB
Bispo diocesano de São José dos Campos