Missa marca envio do padre Luiz Iauch para a Amazônia
Foi celebrada neste domingo (31), na Arquidiocese de Botucatu, SP, a missa de envio do padre Luiz Aparecido Iauch, que ficará três anos em missão em São Gabriel da Cachoeira, AM, através do Projeto Missionário dos regionais Sul 1 e Norte 1 da CNBB.
A celebração foi presidida pelo arcebispo metropolitano de Botucatu, dom Mauricio Grotto de Camargo e concelebrada pelo próprio padre Iauch.
O sacerdote que pertence à arquidiocese de Botucatu e trabalhava atualmente como missionário em Ipameri (GO), está de partida, no próximo dia 03, para o estado do Amazonas.
O arcebispo metropolitano de Botucatu, dom Maurício Grotto de Camargo disse que “o envio solene de um membro de nosso presbitério, é motivo de grande alegria e estímulo para o cultivo do espírito missionário para todos nós: o povo de Deus de nossas comunidades, os consagrados e consagradas, os seminaristas, os diáconos, os padres e o bispo”, salientou o arcebispo.
Dom Mauricio recordando o Ano Santo da Misericórdia ressaltou “que esta celebração se dá dentro de um gesto concreto bem significativo no contexto do Ano Santo da Misericórdia. Esta é precedida, possibilitada pelo espírito e pela ação missionária. Sem abertura para o outro, sem saída de si, sem deixar a própria zona de conforto e segurança, sem arriscar-se, sem movimento de desinstalação, e motivado apenas pelo amor simples e gratuito, a misericórdia não germina, não prospera e não se realiza”.
Ele aproveitou e manifestou “profunda gratidão ao padre Lauch, por colocar-se misericordiosamente a disposição das necessidades de uma Igreja Irmã e ao Projeto Sul I – Norte I, sem o qual dificilmente teríamos condições de realizar esta obra de misericórdia”.
Ao final da cerimônia foi entregue ao padre Iauch, uma cruz que pertencia a Dom Maurício, lembrando o compromisso com Cristo e a comunhão com a Diocese que envia.
Pe. Iauch já atuava em Ipameri (GO), há vários anos, onde foi assessor da animação missionária no Regional Centro-Oeste e voltou para sua arquidiocese de origem, Botucatu, onde a convite do arcebispo metropolitano, dom Mauricio, atendendo o pedido de Dom Edson Damian, Bispo de São Gabriel da Cachoeira assume mais um trabalho de Evangelização na diocese de São Gabriel da Cachoeira, AM.
A diocese de São Gabriel da Cachoeira, fica a 850 quilômetros de Manaus, fazendo fronteira com a Colômbia e a Venezuela, sob responsabilidade de Dom Edson Damian, possui 23 etnias indígenas diferentes e 18 línguas faladas pelos povos locais. Na região, o trabalho missionário de catequese com os indígenas é feito com a enculturação do Evangelho, iniciando a população local à vida cristã.
O padre Iauch concedeu entrevista antes do seu embarque para a Amazônia.
Quando e como surgiu a ideia de ser missionário?
Participei de vários encontros nacionais de presbíteros e havia sempre um apelo quanto à necessidade de padres para missões em várias regiões do Brasil e também na Amazônia. Passei então, a olhar com mais atenção a possibilidade de servir a Igreja além das fronteiras da Diocese e coloquei-me à disposição do bispo para projetos missionários “Igrejas Irmãs”. Em 2012 fui enviado para a Diocese de Ipameri-GO
O que levou o senhor escolher o Projeto Missionário na Amazônia, especialmente São Gabriel da Cachoeira?
Penso que, se nos dispomos para a missão, nem sempre a escolhemos: a missão nos escolhe. Mesmo porque o chamado de Deus à missão é constante, seja local ou além-fronteiras. Como eu já estava há três anos numa missão em Ipameri, no estado de Goiás, enviado pela arquidiocese de Botucatu e já inscrito para um curso de formação missionária para a Amazônia no CCM, em Brasília, houve essa possibilidade. Foram necessários apenas alguns contatos entre os Bispos para que o Projeto Missionário para a Amazônia começasse a entrar na minha vida.
Quais são as suas expectativas em relação à sua missão na Diocese de São Gabriel da Cachoeira?
Pra mim a expectativa na missão é sempre de doação. Creio que posso pensar essa missão com algumas palavras: ir, vivenciar e testemunhar Cristo na caridade e na partilha.
Como o senhor vê a Missão, hoje, na Igreja?
Não existe Igreja “em Saída” sem Igreja local com a consciência de sua missão. Então, Igreja local também existe porque já está em saída “de si mesma” para o encontro com o outro: não se contenta, não se acomoda em si, mas lança-se no testemunho de Jesus Cristo, amando o próximo.
Para o senhor o que significa esse momento de partir para a Missão neste Jubileu da Misericórdia?
A misericórdia deve já ser constante na oração e na vida do cristão. A proposta do papa Francisco do Ano Santo da Misericórdia nos chama a um “despertar” para o presente valioso que é a misericórdia de Deus e convida à partilha desse presente com o irmão que caminha à margem do amor de Deus: é amado mas não corresponde a esse amor por não compreendê-lo. O Ano da Misericórdia convida a uma doação maior do missionário, e constitui um valioso instrumento da Missão.
Para o Regional Sul 1 da CNBB, Renato Papis, MTb 61012/SP. Crédito da foto: Pastoral da Comunicação Arquidiocesana