Ser missionário em Dombe é abdicar de tudo pelo Tudo
Fundada em São José dos Campos há mais de 70 anos, a Congregação das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada cresceu e transpôs fronteiras. Espalhadas pelo Brasil e por casas no exterior, as irmãs atendem doentes, idosos, crianças e estão a serviço em várias residências episcopais. E desde 2011, uma nova frente de evangelização foi somada ao trabalho da Congregação. Sugerido por Dom Alberto Taveira, arcebispo de Belém, as irmãs foram convidadas a fazer parte da Missão de Dombe, em Moçambique, na África. Um desafio diferente para a Congregação, cujo trabalho engloba a administração de grandes hospitais.
O pequeno vilarejo do interior do país africano é cercado por savanas e seus perigos. Acidentes com animais são frequentes. A malária é companheira do povo e dos missionários. Atendimento público, atenção do estado praticamente não existem. A guerra deixou cicatrizes profundas na alma do povo. A presença da Missão é como um bálsamo. As irmãs desenvolvem atendimento assistencial para a população local, juntamente com os Missionários de África, conhecidos como “padres brancos”, Congregação francesa responsável pela paróquia da cidade, e com os missionários da Fazenda da Esperança e da comunidade Obra de Maria, ambas brasileiras. A Fazenda da Esperança mantem atendimento para homens e mulheres, que tem no alcoolismo a principal causa de internação. Já os missionários da Obra de Maria mantêm um internato com 200 jovens.
“Cuidamos do único ambulatório do local e atendemos casos que não exigem internação. Nos finais de semana fazemos visitas às comunidades, dando orientação sobre os cuidados com a saúde e atendimento espiritual,” conta irmã Giselle dos Santos, missionária em Dombe desde outubro de 2012.
“Ser missionário em Dombe é abdicar de tudo pelo Tudo”
Muitos desafios fazem parte da rotina da Missão de Dombe. A cultura, a língua, as doenças, a falta de estrutura, a ausência de energia elétrica e de água encanada, dificultam o trabalho, porém nada disso é obstáculo para os missionários. “O povo é muito carente, praticamente esquecido. Não tem saneamento básico, nem trabalho formal. Vivem do que plantam e colhem,” conta irmã Giselle. O hospital mais próximo fica a três horas de carro. Por isso, casos de acidentes domésticos, ataques de crocodilo e partos são atendidos no ambulatório. Também a malária e a Aids levam centenas de pessoas a precisar de tratamento. Cerca de 80 pessoas passam, por dia, no ambulatório cuidado pelas irmãs brasileiras. Na missão estão duas enfermeiras, uma técnica em enfermagem e uma irmã que dá apoio ao trabalho pastoral. E uma vida precária, mas não falta Amor. Toda entrega de cada missionário, leva o Amor de Deus em cada gesto. “Isso que dá sentido à missão, ser presença silenciosa de Deus na vida desses irmãos”, completa irmã Giselle.
Ajuda à Missão!
A responsável pela Animação Missionária da Congregação é Irmã Luzia Soares da Rocha e a conselheira irmã Rosimeire Gaspar Serra. Aqui, as irmãs fazem campanhas e reúnem colaboradores para o sustento da Missão de Dombe.
Contribuições para a Missão de Dombe podem ser feitas no Banco do Brasil – Agência: 3358-8 Conta Corrente 809–5
Retrato
A Missão de Dombe fica na Diocese de Chimoio numa região muito pobre de Moçambique, cujo bispo é Dom Francisco Cilota. São 16 horas de viagem do Brasil à Dombe. Partindo de São Paulo, as irmãs desembarcam em Johanesburgo, na África do Sul. Pegam um turboélice para Moçambique. E da capital Maputo até Dombe viajam mais quatro horas de carro.
A Missão foi fundada há 60 anos pelos franciscanos, que foram expulsos pelo governo. Há cerca de 10 anos, o governo devolveu as posses da Igreja e os missionários puderam retomar a Missão. O dialeto mais falado é o “Tindau”. A população em geral é muito carente, eles têm necessidades de tudo, principalmente das ações básicas como saúde, educação, nutrição e cidadania. As famílias são numerosas e na cultura local a poligamia é aceita, por isso os homens normalmente têm mais de uma mulher. As mulheres trabalham muito, muitas vezes mais do que os homens, pois são elas que cuidam da “machamba” (roçado, plantação) e ainda cuidam da casa e das crianças. Pela tradição os homens devem cuidar da pecuária, como os animais diminuíram muito em consequência da guerra, os homens ficaram acomodados e por questão cultural não ajudam a esposa. Morando em casas muito simples, e praticamente sem mobília, em 90% dos lares fazem apenas uma refeição por dia, por volta das 15 horas, refeição feita a base de farinha de milho e água, chamada de massa. A mistura pode ser feita de folhas de mandioca ou abóbora, feijão ou quando se tem alguma carne, comem bode ou galinha. Também comem grilos, ratos e sapos. E têm muito medo dos animais selvagens, como cobras e crocodilos. Apesar de todas as dificuldades é um povo muito alegre e forte, que canta e faz celebrações lindas, ricas em sentido e simbolismo, que envolvem o povo à sua realidade. Uma de suas características mais marcantes é ter sempre no rosto um sorriso encantador.
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É formidável saber que em Moçambique existe um lugar que atende pessoas alcoólicas. Espero um dia visitar esta missão.
Percebi também que o possível apoio à esta missão é feito a partir duma conta bancária de Brasil. Estou disposto a apoiar caso me forneçam uma conta bancária de Moçambique.
Cumprimentos
Joaquim Mapsuca Muchanga