Bispos de todo o Brasil participam de encontro no Rio de Janeiro
| De site da Arquidiocese do Rio de Janeiro
| foto de capa: Dom Claudio Maria Celli, presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais
De 26 a 30 de janeiro, a Arquidiocese do Rio promove mais uma edição do Curso para os Bispos, realizado no Centro de Formação do Sumaré, no Rio Comprido. (Dom Cesar Teixeira, bispo diocesano de São José dos Campos, está participando deste encontro).
Neste ano, bispos de todos os cantos do Brasil irão refletir temas sobre o Concílio Vaticano II. De acordo com o coordenador de pastoral, monsenhor Joel Portella Amado, será a última vez que o curso tratará desse tema.
“Nos últimos anos, mais exatamente desde 2011, o curso tem percorrido todos os documentos do Concílio, com conferencistas diretamente ligados à Santa Sé ou professores de universidades europeias, com renome no estudo dos temas abordados. Em geral, são sempre três temas e, consequentemente, três conferencistas”, explicou.
O primeiro conferencista deste ano será o Cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, no Vaticano. Ele falará sobre diversos aspectos do diálogo inter-religioso e da ação missionária da Igreja.
“Falará sobre a Igreja Católica no mundo de tantas religiões não cristãs que não reconhecem Jesus Cristo. Ele vai descrever o valor positivo que toda religião pode ter em si, para promover a dignidade humana e a abertura da dignidade para o além, ou seja, o absoluto”, explicou o bispo auxiliar emérito Dom Karl Josef Romer, organizador do curso.
Toda a religião tem valor, explicou Dom Romer, mas a Igreja Católica não pode deixar de afirmar que Jesus Cristo é a última palavra de Deus Pai, última e definitiva mensagem para a história da humanidade.
“A Igreja deve sempre fazer um convite às outras religiões que escutem, reflitam pelo menos a mensagem fundamental de Jesus Cristo. Este homem é um grande teólogo que publicou um grande livro sobre Jesus Cristo. Ele certamente vai nos falar de maneira muito competente sobre a Igreja Católica e as religiões não cristãs. Portanto, não ser uma relação negativa, mas também uma relação de esperança, vendo os outros valores humanos que podem desabrochar”, afirmou Dom Romer.
O segundo conferencista será o arcebispo Claudio Maria Celli , presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais. Ele já esteve no curso e agora retorna para aprofundar aspectos ligados aos meios de comunicação social.
“Ele é presidente desse setor do Vaticano e, portanto, o homem mais indicado para nos falar sobre a intenção do Concílio, como também sobre a evolução após o Concílio, que são 50 anos. E como o tema da transmissão da comunicação social de hoje, talvez tenha outras questões e outros problemas. No Concílio não havia internet. Hoje há uma invasão totalizante que esmaga o indivíduo. Ele tematizará o Concílio e o tempo após hoje e o amanhã, e os problemas da comunicação social”, explicou Dom Romer.
Outro tema é sobre a liberdade religiosa, a ser ministrado por um professor da Universidade de Milão, monsenhor Pierangelo Sequeri.
De acordo com Dom Romer, a Santa Sé sempre o convida várias vezes por ano, para colaborar na elaboração de temas doutrinários profundos.
Explicou que ele falará sobre a liberdade religiosa, para eliminar entendimentos errados. Há pessoas na Igreja Católica que estão assustadas com o texto do Concílio do Vaticano II sobre a liberdade humana e religiosa. Se deve ver que liberdade é essa diante de Deus.
“Deus dá um limite com libertação. Se trata de uma outra dimensão de liberdade, a liberdade civil, isso é: o Estado, nenhuma autoridade pública ou política têm o direito de limitar a liberdade religiosa. Se alguém está convencido em sua consciência, o Estado deve respeitar essa consciência, não pode forçar ninguém a mudar de religião. Pode sim promover um diálogo fecundo para que argumentos verdadeiros sejam conhecidos para que as pessoas não se apaguem a coisas relativas, inclusive coisas que às vezes são a margem do humano”, destacou Dom Romer.
O Curso para os Bispos começou em 1990, quando o Cardeal Ratzinger aceitou o convite de Dom Eugenio Sales e veio presidir o primeiro Curso para os Bispos.
A programação segue um estilo que foi consagrando ao longo de todos esses anos. Em cada dia, acontecem três conferências e um momento de diálogo com os conferencistas, em forma de painel.