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Artigos › 18/03/2018

Os caminhos para superação da violência

Estamos nos aproximando do final da Quaresma e, consequentemente, da Campanha da Fraternidade, neste ano com este tema tão sugestivo da superação da violência. Sabemos que isto não é algo que se dará da noite para o dia, mas é um caminho a ser trilhado, a partir da convicção de que o amor é mais forte que o ódio e de que o perdão é mais importante que a vingança. A superação da violência passa pela conversão pessoal, exatamente o que estamos sendo convidados desde a quarta-feira de cinzas. Pequenos gestos e mudanças de atitudes podem ser muito valiosos para a construção de uma cultura de paz. Acreditar firmemente na solução pacífica dos conflitos pode ser um grande meio para superar a violência presente na sociedade.

A inclusão social dos pobres e o diálogo, como caminhos para a Paz social

A nossa sociedade caiu no que poderíamos chamar de “banalização do mal”, de modo que a violência não lhe causa indignação. Por outro lado, tem-se a impressão equivocada de que, para superar a violência, é necessário aumentar o efetivo policial nas ruas, armar a população, penalizar os menores infratores, instituir a pena de morte e outras coisas. Não são poucas as pessoas, inclusive cristãos praticantes, que caem nesta falácia e defendem o endurecimento da sociedade.

Ora, sabemos que a segurança pública é direito do cidadão que paga seus impostos e, por isso, um dever do Estado, que deveria promover políticas públicas para propiciar isto a todos. No entanto, elas não serão eficazes se não forem acompanhadas de ações sociais, tais como distribuição de renda, moradia digna, geração de empregos, saúde e educação de qualidades. Como afirmou o Papa Francisco na Evangelii Gaudium, a paz social está ligada à inclusão dos pobres (EG 186-216). Sem isto, não se conseguirá a paz social.

Outra atitude para alcançar a paz, indicada pelo Papa Francisco, está no diálogo. São diversos os interlocutores com quais os cristãos são chamados a dialogar, tais como o Estado, a Sociedade, as Ciências, outros crentes que não fazem parte da Igreja Católica, assim como também com os não-crentes (EG 238). Como o povo costuma dizer em sua sabedoria, “é conversando que a gente se entende”. Então, se falta essa dimensão dialógica na vida social, a gente se desentende.

A Coleta da solidariedade

Por fim, no Domingo de Ramos será realizada a coleta da solidariedade, que tanto bem tem feito ao nosso povo, através do apoio a projetos sociais previamente selecionados, seja em nível diocesano quanto nacional. Esta coleta deve ser fruto de nosso sacrifício quaresmal, pois é como se estivéssemos tirando da boca para doar solidariamente a quem necessita mais do que nós. Este gesto de partilha fraterna deve ser realizado não por constrangimento ou obrigação, mas por amor, pois “Deus ama a quem dá com alegria” (2 Cor 9,7). Se você não fez nenhum sacrifício durante a quaresma aproveite, então, esses últimos dias, faça a experiência de se privar de algo, para depois oferecer isto em doação nesta coleta.

Padre Antonio Aparecido Alves
Professor na Faculdade Católica-SJC e Pároco na Paróquia São Benedito do Alto da Ponte em SJC

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