Jesus quer discípulos
Jesus foi sem duvida o maior líder que já existiu, continua sendo e com certeza continuará sendo tempo adentro. Cumpriu sua primeira e principal missão: salvar a humanidade. Anunciou a Boa Nova e o Reino de Deus, peregrinou por esta terra, sofreu, humilhou-se, morreu, ressuscitou e prometeu que vai voltar, e mais uma vez deixou-nos uma palavra que é dirigida a nós mesmos deste tempo atual: “Creste porque viste, felizes aqueles que creem sem ter visto” (Jo 21, 29), somos nós!!!
Durante cerca de três anos gastou tempo com estes que Ele chamou para mais perto de si, para ensino mais apurado, convivência, amizade, assim foi se formando a sua comunidade, a sua Igreja. Jesus falava às multidões em parábolas, mas aos seus discípulos explicava mais detalhada e profundamente o sentido de seus ensinamentos (cf Mt 13,36).
Depois de mostrar com a sua vida como Ele queria que fossem seus discípulos, Ele enviou-os: “Ide, portanto, e fazei discípulos em todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo o que vos prescrevi, eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28,19-20).
Ser discípulo é atender ao chamado de Jesus: “Lançai as redes para as águas mais profundas” (Jo 21,6), é um caminhar mais de perto Dele, é ficar mais tempo com Ele (Jo 11, 54), é um constante exercício da busca até atingir a estatura e maturidade de Cristo (Ef 4,13).
Um discípulo é alguém que crê em tudo o que Jesus disse e fez. Faz tudo o que Jesus manda, é um seguidor, praticante dos ensinamentos do Mestre. Obedece. O discípulo é alguém que aprende, vive o que aprende e comunica o que aprendeu aos outros. Ensina com a própria vida outros a viver a vida que Ele vive.
Podemos entender a partir das palavras do próprio Jesus que o discípulo vive sua vida discipular em três dimensões, três desdobramentos ou três relações principais:
1) Relação com o próprio Jesus: É Jesus mesmo quem nos orienta nesta primeira exigência relacional: “Se permanecerdes em minhas palavras, sereis meus discípulos” (Jo 8,31). O discípulo de Jesus deverá passar mais tempo com seu Mestre, na oração, conhecê-LO na leitura e aprendizado de sua palavra, buscará um nível de relacionamento de uma profunda amizade: “Já não vos chamo servos, mas amigos…” (Jo 15,15).
2) Relação com seus irmãos(as) de comunidade: “Nisto conhecereis que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35). Os discípulos de Jesus não ficam isolados, vivem em comunidade: “O que vos mando é que vos ameis uns aos outros” (Jo 15,17).
3) Relação serviçal: O discípulo assume Jesus em sua vida, suas propostas, vive em comunidade estes valores e seguindo mais de perto ainda Jesus, o discípulo se coloca a serviço do outro, que o próprio Jesus dá o exemplo em uma das mais belas passagens da bíblia, o lava-pés: “Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto, sentou-se de novo e perguntou: ‘Vocês compreenderam o que acabei de fazer? Vocês dizem que eu sou o Mestre e o Senhor. E vocês têm razão; eu sou mesmo. Pois bem: eu, que sou o Mestre e o Senhor, lavei os seus pés; por isso vocês devem lavar os pés uns dos outros. Eu lhes dei um exemplo: vocês devem fazer a mesma coisa que eu fiz. Eu garanto a vocês: o servo não é maior do que o seu senhor, nem o mensageiro é maior do que aquele que o enviou. Se vocês compreenderam isso, serão felizes se o puserem em prática.” (Jo 13,12-17).
O caminho do discipulado é buscar a cada dia o “aproximar-se” mais de Jesus, é querer ir mais além do que esperar dele, do que Ele pode nos dar, e sim o que eu posso dar de mim pela sua causa, é querer ir além de ser atendido por ele, é andar ao seu lado, é querer viver a vida dEle e com Ele, encarnar sua proposta e modelo de vida que Ele viveu, é saber que os meus passos são dados debaixo de sua vontade e orientação de seu Santo Espírito.
Padre Luís Fernando Soares
pároco da Paróquia Espírito Santo, em São Jose dos Campos,
e vice-presidente nacional da Agência Católicos em Células.
O verdadeiro ensino de Jesus, estas palavras devem ser repetidas até que todos compreendam o que Jesus veio fazer entre nós, pois muitas pessoas escutam estas palavras, leem estas palavras, mas elas não encontram a estrutura capaz de sustenta-las e acabam sendo palavras jogadas ao vento, e precisamos jogar estas palavras ao vento muitas vezes, não em uma missa, ou duas, mas permanentemente, e que estas palavras sejam reflexos de nossos atos, não sejam, faz o que digo, mas não faz o que faço, mas faz o que faço, pois digo o que faço. É um texto muito importante para nós católicos, mas precisa ser colocado em pratica, não é um texto para ser lido, ou escutado, mas para ser aplicado. Que Deus lhe abençoe.